domingo, 13 de julho de 2014

SESSÃO 33: 30 DE JULHO DE 2014


ISADORA (1968)

“Isadora”, do “Free Cinema’s Director” Karel Reisz (o mesmo que anteriormente nos dera “Sábado à Noite, Domingo de Manhã” (1960), “Ao Cair da Noite” (1964) e “Morgan - Um Caso para Tratamento” (1966), e que continuaria depois a carreira com, entre outros, “O Vício do Jogo”, “Os Guerrilheiros do Inferno”, o magnífico “A Amante do Tenente Francês”, “Depois da Meia-noite” ou “Corrupção na Cidade”), parece, à primeira vista, uma obra com pouco a ver com as características da corrente que o cineasta ajudou a implantar em Inglaterra, aproximando-se mais da superprodução luxuosa. Mas a verdade é que se esta história da vida, obra e amores de Isadora Duncan se reveste de uma roupagem sumptuosa, com uma cuidada reconstituição dos anos 20 na Europa e na América, na essência a intenção de Karel Reisz permanece muito próxima dos filmes iniciais do free cinema. O que se exalta aqui não serão os operários afastados durante anos do cinema inglês, mas sim valores revolucionários, tanto como forma de vida, como na prática artística ou na actividade política.
Convém, portanto, recordar quem foi a protagonista deste filme, ainda que de forma sucinta: Angela Isadora Duncan nasceu a 27 de Maio de 1877, em São Francisco, EUA, e viria a falecer a 15 de Dezembro de 1927, com 50 anos, em Nice, França. Bailarina, foi a terceira dos quatro filhos do casal Dora Gray Duncan, pianista e professora de música, e Joseph Charles, poeta. Considerada a pioneira da dança moderna, causou polémica ao contrariar as técnicas do ballet clássico. Dizem que se inspirou nas figuras de dançarinas aparecidas nos vasos gregos da antiguidade clássica. A ruptura era total e revolucionária, vivendo à base de movimentos improvisados, inspirados, nalguns casos, nos movimentos da natureza, do vento, plantas, entre outros. Os cabelos soltos e os pés descalços também faziam parte dos contornos exteriores da personalidade da dançarina que usava túnicas leves que esvoaçavam, abdicaria de cenários pomposos, usando normalmente apenas uma cortina azul, e ilustrava composições de Chopin ou Wagner, entre outros, pouco solicitados até aí no reportório do bailado clássico.
Mas não foi só na prática profissional do bailado que Isadora Dundan se notabilizou. Toda a sua vida foi uma constante transgressão da normalidade e da tradição. Avessa ao casamento, teve vários amantes e apenas um casamento que duraria pouco tempo. Dois dos relacionamentos mais citados foram com o designer teatral Gordon Graig e também com o milionário parisiense Eugene Singer (filho do responsável pelas máquinas Singer conhecidas no mundo). Isadora teve um filho de cada uma dessas relações, ambos tragicamente mortos, em 1813, dentro de um carro que resvalou para o Sena. Para lá de outros amantes, Isadora aceitou casar com o poeta russo Serguei Iessienin, então grande defensor da revolução soviética, de quem se separa dois anos depois. Serguei regressa a Moscovo, é internado num hospício e a versão que corre oficialmente é que se suicidou em 1925. Ficam as dúvidas. Isadora vai para França e passa seus últimos anos, em Nice, onde morre, vitima de um acidente invulgar: a longa echarpe que leva à volta do pescoço, durante uma viagem de carro, enrola-se numa das rodas do automóvel e estrangula-a. Corria o dia de 14 de Setembro de 1927. Foi sepultada no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris.
As suas convicções políticas também ficaram bem vincadas em várias situações. Quando da sua viagem a Moscovo, onde se mostrou adapta desse recém nascido pais comunista, ou na sua deslocação aos Estados Unidos, onde se apresentou com uma bandeira vermelha, dizendo-se “vermelha”, o que criou imensa polémica à sua volta e um violento movimento popular para a expulsar do país. Além disso criou várias escolas de dança, Em Inglaterra, França e Rússia, gratuitas, para crianças. Escreveu algumas obras que são recordadas como importantes contributos para a dança moderna: em 1908 surge “The Dance”, em 1927 escreve uma autobiografia, “My Life”, e em 1928, postumamente, são editados alguns artigos em “The Art of the Dance”.

Da conjugação do enorme talento da actriz Vanessa Redgrave e do realizador Karel Reisz, mas igualmente da combinação das ambições revolucionárias de ambos, surge “Isadora”, o filme. É uma revisitação de parte da vida da bailarina, que intercala momentos dos seus derradeiros dias passados em Nice, com flashbacks da sua existência passada, desde os tempos de juventude, quando começou a ser notada em pubs onde a sua forma de dançar, apimentada, despertava celeuma e entusiasmo, passando por encontros amorosos, actuações em palcos célebres, em Inglaterra, Paris, Boston ou Moscovo. Para Isadora Duncan “dançar é viver, a dança é uma escola da vida”. Por isso, o seu comportamento no palco e fora dele era coerente e ousado. Quando se ligou a Serguei Iessienin proclamou publicamente: “Eu e Serguei somos artistas. Todos os artistas devem ser revolucionários”. Quando morreu, dez anos depois da revolução bolchevique, ainda a URSS era mais do que uma esperança para os jovens revolucionários de todo o mundo. Só um pouco mais tarde a desilusão começaria a galgar terreno. Isadora bebeu dessa euforia, ofereceu o corpo aos insultos que gritavam “fora com o lixo vermelho”, fez-se cidadã soviética, e tudo isso a camara de Reisz capta com igual exaltação. O cineasta faz da bailarina um exemplo, um símbolo. E Vanessa Redgrave, num dos seus muitos momentos de glória como actriz, consegue tornar credível esse símbolo e transformá-lo em algo vivo, que transporta a vida para o palco e devolve a arte e a beleza da dança à vida. É sobretudo Vanessa Redgrave que torna “Isadora” uma obra irrepetível, muito bem secundada por James Fox (Gordon Craig), Jason Robards (Singer), Zvonimir Crnko (Essenin) ou John Fraser (Roger). Mas a direcção artística cuidada, a fotografia voluptuosa, o envolvimento musical, e a complexa montagem são outros tantos aspectos a ter em conta.
                                          A verdadeira isadora Duncan
ISADORA
Título original: Isadora
Realização: Karel Reisz (Inglaterra, França, 1968); Argumento: Melvyn Bragg, Clive Exton, Margaret Drabble, segundo obras de Isadora Duncan ("My Life") e Sewell Stokes ("Isadora Duncan an Intimate Portrait"); Produção: Raymond Hakim, Robert Hakim;  Música: Maurice Jarre; Fotografia (cor): Larry Pizer; Montagem: Tom Priestley; Casting: Miriam Brickman; Design de produção: Jocelyn Herbert; Direcção artística: Zeljko Senecic, Michael Seymour; Maquilhagem: Olga Angelinetta, Biddy Chrystal, Wally Schneiderman; Direcção de Produção: Roy Parkinson, Eric Rattray; Assistentes de realização: Adrian Hughes, Grania O'Shannon, Claude Watson; Departamento de arte: Terry Apsey, Harry Cordwell, Bryan Graves; Som: Maurice Askew, Jim Atkinson, Terry Rawlings, Ken Ritchie; Companhias de produção: Hakim, Paris Film, Universal Pictures; Intérpretes: Vanessa Redgrave (Isadora Duncan), John Fraser (Roger), James Fox (Gordon Craig), Jason Robards (Singer), Zvonimir Crnko (Essenin), Vladimir Leskovar (Bugatti), Cynthia Harris (Mary Desti), Bessie Love (Mrs. Duncan), Tony Vogel (Raymond Duncan), Libby Glenn (Elizabeth Duncan), Ronnie Gilbert (Miss Chase), Wallas Eaton (Archer), Nicholas Pennell (Bedford), John Quentin (Pim), Christian Duvaleix (Armand), David Healy (Manager  do Teatro de Chicago), Lucinda Chambers (Deirdre), Simon Lutton Davies (Patrick), Noel Davis, Ina De La Haye, Constantine Yranski, Stefan Gryff, John Brandon, Robert Ayres, Stephanie Connell, Jan Conrad, Margaret Courtenay, Arnold Diamond, Mark Dignam, Hal Galili, Anthony Gardner, Alan Gifford, Dolores Judson, Nigel Kingsley, Robin Lloyd, Richard Marner, Cal McCord, Terence Mountain, Zuleika Robson, Lucy Saroyan, Roy Stephens, Iza Teller, Sally Travers, John Warner, Arthur White, etc. Duração: 138 minutos; 153 min (director's cut) ou 168 min (na estreia); Distribuição em Portugal (DVD): Macadih vídeo (Espanha); Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 21 de Novembro de 1969. 

VANESSA REDGRAVE (1937 - )
Nasceu a 30 de Janeiro de 1937, em Greenwich, Londres, Inglaterra. Filha dos actores Michael Redgrave e Rachel Kempson. Irmã de Corin Redgrave e Lynn Redgrave. Na família ainda se encontram outros membros dedicados às artes, como Jemma Redgrave (sobrinha) e Liam Neeson (son-in-law). Casada com Tony Richardson (1962–1967) e Franco Nero (2006–até ao presente). Entre 1971 e 1986 manteve uma relação com o actor Timothy Dalton. Três filhos: Natasha Richardson (1963–2009), Joely Richardson (1965) e Carlo Gabriel Nero (1969). Laurence Olivier anunciou o nascimento de Vnessa durante uma representação de Hamlet, no Old Vic, informando o público que o seu colega de palco, Sir Michael Redgrave acabara de ter uma filha. Foi educada na Alice Ottley School e na Worcester & Queen's Gate School, de Londres,  antes de se estrear no teatro. Entrou para a Central School of Speech and Drama em 1954. Estreia-se no West End em 1958. Foi, no entanto,  em 1961, ao interpretar Rosalind, na peça “As You Like”, na Royal Shakespeare Company, que ela começou a chamar definitivamente a atenção para o seu talento, o que não mais deixaria de brilhar, tanto dnoteatro, como no cinema e na televisão. Integrou o eenco de mais de 35 espectaculos, tanto no West End de Londres, como na  Broadway de Nova Iorque, ganhando tanto o Tonys como Oliviers. No cinema surgiu em mais de 80 titulos, sempre com indiscutível sucesso, sendo de referir “Blowup” (1966), “Isadora” (1968), “Mary, Queen of Scots” (1971), “The Devils” (1971), “Julia” (1977), “The Bostonians” (1984), “Howards End” (1992), “Mission: Impossible” (1996) ou “Atonement” (2007). Tanto Arthur Miller como Tennessee Williams consideraram-na “a maior actriz viva do nosso tempo”.
Até hoje é a única actriz inglesa a ganhar os prémios mais importantes de cinema, teatro e televisão: Oscar, Emmy, Tony, Olivier, Cannes, Veneza, Golden Globe e Screen Actors Guild. Conta com mais de meia centena de nomeações e mais de quarenta prémios interanacionais. 
Vanessa Redgrave é ainda conhecida por defender causas sociais e políticas, sendo muito conhecida a sua contribuição para a defensa do estado palestiniano.
Cinco nomeações para Oscars nos filmes “Howards End” (1992), “The Bostonians” (1984),  “Mary, Queen of Scots” (1971), “Isadora” (1968) e “Morgan: A Suitable Case for Treatment” (1966)e um Oscar ganho com “Julia” (1977). treze nomeações para os Globos de Ouro, de que triunfou duas vezes (“Julia”, 1977, e “If These Walls Could Talk 2”, 2000, respectivamente em cinema e televisão). As restantes nomeações foram para “The Gathering Storm” (2002), “Bella Mafia” (1997), “A Month by the Lake” (1995), “A Man for All Seasons” (1988), “Prick Up Your Ears” (1987), “Second Serve” (1986), “The Bostonians” (1984), “Mary, Queen of Scots” (1971), “Isadora” (1968), “Camelot” (1967) e “Morgan: A Suitable Case for Treatment” (1966). Ganhou dois Emmy, com “Playing for Time” (1980) e “If These Walls Could Talk 2” (2000). Foi ainda nomeada pelo trabalho em “The Gathering Storm” (2002), “Young Catherine” (1991), “Second Serve” (1986) e “Peter the Great (1986). Várias nomeações para os BAFTAS e um honorário em  2010. Ganhou o Festival de Cannes por duas vezes, com “Isadora” (1968) e “Morgan: A Suitable Case for Treatment” (1966). Recebeu o David di Donatello com “Mary, Queen of Scots” (1971). Ganhou em Veneza, com “Little Odessa” (1994). A esses devem juntar-se dezenas de outros p+restigiados prémios e distinções.

Filmografia

Cinema: 1958: Behind the Mask (Por Detrás da Máscara), de Brian Desmond Hurst; 1959: A Midsummer Night's Dream (TV); 1960: BBC Sunday-Night Play (TV) -Twentieth Century Theatre: The Elder Statesman; 1963: As You Like It (TV); 1964: Armchair Theatre (TV) ; First Night (TV); 1965: Love Story (TV); 1966: A Farewell to Arms (TV); 1966: A Man for All Seasons (Um Homem para a Eternidade), de Fred Zinnemann; The Sailor from Gibraltar, de Tony Richardson; Blow-Up (Blow-Up, História de um Fotógrafo), de Michelangelo Antonioni; Morgan: A Suitable Case for Treatment (Morgan - Um Caso para Tratamento), de Karel Reisz; 1967: Camelot (Camelot), de Joshua Logan; Red and Blue, de Tony Richardson (curta-metragem); 1968: The Charge of the Light Brigade (A Carga da Brigada Ligeira), de Tony Richardson; Isadora (Isadora), de Karel Reisz; Un Tranquillo Posto di Campagna (Um Tranquilo Lugar na Província), de Elio Petri; The Seagull (A Gaivota), de Sidney Lumet; 1969: Oh What a Lovely War! (Viva a Guerra!), de Richard Attenborough; 1970: Drop Out, de Giovanni Brass; The Devils (Os Diabos), de Ken Russell; En mor med två barn väntandes sitt tredje (curta-metragem); 1971: The Trojan Women (As Trioanas),  de Michael Cacoyannis; Mary, Queen of Scots (As Duas Rainhas), de Charles Jarrott; 1972: La Vacanza, de Giovanni Brass; 1973: A Picture of Katherine Mansfield (TV); 1974: Murder on the Orient Express (Um Crime no Expresso do Oriente), de Sidney Lumet; 1975: Out of the Season (Fora de Estação), de Alan Bridges; 1976: The seven per cent solution (O Regresso de Sherlock Holmes), de Herbert Ross; 1977: Julia (Júlia), de Fred Zinnemann: 1979: Agatha (O Mistério de Agatha), de Michael Apted; Bear Island (A Ilha dos Ursos), de Don Sharp; 1980: Yanks (Yanks), de John Schlesinger; Playing for Time (TV); 1982: My Body, My Child (Meu Corpo, meu Filho), de Marvin J. Chomsky (TV): 1983: Sing Sing, de Sergio Corbucci; Wagner (TV); 1984: The Bostonians (As Mulheres de Boston), de James Ivory; Steamin, de Joseph Losey; Faerie Tale Theatre (TV)  episódio Snow White and the Seven Dwarfs, de Peter Medak; 1985: Whetherby, de David Hare; 1985: American Playhouse (TV); 1986: Comrades, de  Bill Douglas; Second Serve (TV); Peter the Great (TV); 1987: Prick Up Your Ears (Vidas em Fúria), de Stephen Frears; 1988: Consuming Passions (A Louca Doçura), de Giles Foster; A Man for All Seasons (Conflito Mortal), de Charlton Heston (TV); 1989: Pokhorony Stalina, de Evgeniy Evtushenko; 1990: Diceria dell'untore, de Beppe Cino; Romeo.Juliet, de Armondo Linus Acosta; No Calor do Sul (TV);  1991: Ballad of the Sad Café (A Balada das Paixões), de Simon Callow; What Ever Happened to Baby Jane? (TV); Young Catherine (TV); 1992: Howards End (Regresso a Howards End), de James Ivory; 1992: Indiana Jones - Crónicas da Juventude (TV); 1993: The House of the Spirits (A Casa dos Espíritos) de Bille August; Un Muro de Silencio, de Lita Stantic; Great Moments in Aviation (TV); 1993 They Eles vêem), de  John Korty (TV); 1994: Storia di una Capinera, de Franco Zeffirelli; 1995 The Wind in the Willows (TV); Down Came a Blackbird (TV); 1995: Little Odessa de James Gray (Viver e Morrer em Little Odessa), de James Gray; Mother's Boy (Assédio Fatal), de Yves Simoneau; A Month by the Lake (Amor à Beira do Lago) de John Irvin; 1996: Smilla's Sense of Snow (Smilla e o Mistério da Neve), de Bille August; 1996: Mission Impossible (Missão Impossível), de Brian De Palma; The Willows in Winter (TV); 1996 Two Mothers for Zachary (TV);  1997: Wilde (Wilde), de Brian Gilbert; Déjà Vu, de Henry Jaglom; Mrs. Dalloway, de Marleen Gorris; Bela Mafia (TV);  1998: Deep Impact (Impacto Profundo), de Mimi Leder; Lulu on the Bridge, de Paul Auster; Cradle will Rock (América - Anos 30), de Tim Robbins; Le Clandestin, de Carlos Gabriel Nero; 1999 Girl, Interrupted (Vida Interrompida), de James Mangold; Uninvited, de  Carlo Gabriel Nero; Eleonora (TV); A Rumor of Angels, de Peter O'Fallon; Mirka, de Rachid Benhadj; 2000: The 3 Kings, de Shaun Mosley; Escape to Life: The Erika and Klaus Mann Story, de  Wieland Speck, Andrea Weiss; Children's Story, Chechnia (Curta-metragem) (voz); If These Walls Could Talk 2 (Amor no Feminino) (TV); 2001: The Pledge (A Promessa), de Sean Penn; 2002: Crime and Punishment, de Menahem Golan; Jack and the Beanstalk: The Real Story (TV);  The Locket (TV); The Gathering Storm (O Homem Que Mudou o Mundo), de Richard Loncraine; 2003: Good Boy! (Um Cão do Outro Mundo), de John Hoffman; Byron (TV); 2004: The Fever, de Carlo Gabriel Nero; 2005: The Keeper: The Legend of Omar Khayyam, de Kayvan Mashayekh; Short Order, de Anthony Byrne; The White Countess (A Condessa Russa), de James Ivory; 2006: The Thief Lord, de Richard Claus; The Shell Seekers (TV);  2007: How About You..., de  Anthony Byrne; The Riddle, de Brendan Foley; Venus (Venus), de Roger Michell; Evening (Ao Anoitecer), de Lajos Koltai; Atonement (Expiação), de Joe Wright; 2008: Restraint (Ravenwood - Jogo de Sobrevivência), de  David Denneen;Ein Job (TV); Gud, lukt och henne; 2009: Identity of the Soul, de Thomas Høegh; 2004-2009: Nip/Tuck (TV);  The Day of the Triffids (TV); 2010: Lettres à Juliette (Cartas para Julieta), de Gary Winick; Konferenz der Tiere (Animais Unidos Jamais Serão Vencidos), de Reinhard Klooss, Holger Tappe; Miral, de Julian Schnabel; 2011: Anonymous (Anónimo), de Roland Emmerich; Coriolanus (Coriolano), de Ralph Fiennes; Cars 2 (Carros 2), de John Lasseter, Brad Lewis; The Whistleblower (Delatora), de Larysa Kondracki; Song for Marion, de Paul Andrew Williams; The Last Will and Testament of Rosalind Leigh, de Rodrigo Gudiño; Political Animals (TV); 2013: The Butler (O Mordomo) de Lee Daniels; 2014: Black Box (TV); The Thirteenth Tale (TV); Playhouse Presents (TV); 2012-2015: Old Roseanne McNulty (Chamem a Parteira) (TV); 2015: The Secret Scripture (pre-produção). 

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