NA
TERRA COMO NO CÉU (1963)
Não será um obra-prima da comédia
inglesa, como as que os Ealing Studio produziu uma década antes, mas “Heavens
Above!” merece alguma atenção por diversos motivos. Um dos principais será
certamente a interpretação de Peter Sellers, que por esses anos se começava a
notabilizar impondo-se como um dos principais actores do cinema inglês,
progredindo depois numa carreira internacional com a maioria dos seus sucessos
a surgirem nos EUA: quem não o recorda, entre muitos outros, em “Dr.
Estranhoamor”, “Lolita”, a série “Pantera-Cor-de Rosa” ou nessa magnifica
comédia “A Festa”?
Depois haverá que reconhecer que a
dupla de irmãos John Boulting e Roy Boulting teve um papel interessante como
produtores, argumentistas e realizadores de um certo tipo de obras, seguramente
viradas para o grande público, mas ainda assim com preocupações sociais e
cinematográficas, acima da média. Finalmente, o argumento de “Na Terra como no
Céu”, muito embora algumas facilidades, oferece um conjunto de aspectos
interessantes, sobretudo na forma como aborda a questão religiosa, aqui
referindo-se à igreja inglesa, mas que facilmente se pode extrapolar para quase
todas as outras. Há ainda objectivas criticas a algumas formas de governo, do
capitalismo ao comunismo, que merecem reflexão.
Recordemos então o essencial da
intriga: a paróquia de uma pequena localidade inglesa necessita de um novo
vigário, e o arcebispo (Cecil Parker), que conhece bem um tal John Smallwood,
propõe-no para o lugar. Quando vão localizar a sua fica e colocá-lo no seu novo
destino, trocam as fichas e em vez de um John Smallwood, enviam um outro John
Smallwood (Peter Sellers). Se o visado pelo arcebispo era um padre convencional
que iria fazer o que o conservadorismo da igreja sempre fez, o John Smallwood
que chega à paróquia, saiu de uma cadeia, onde era capelão, e traz ideias muito
pouco ortodoxas, que vão escandalizar a comunidade. Ele procura ajudar os mais
humildes, os pobres, lutar contra certos preconceitos (como o racismo), mas
acaba também ele por cometer algumas ingenuidades. O filme aponta a sua critica
à hierarquia da igreja, mas igualmente aos interesses instalados, mas
igualmente ao idealismo ingénuo do vigário. Neste sentido, e apesar de se
mostrar como uma comédia sem grandes ambições, “Heavens Above!” é um
sintomático retrato das contradições vividas pela sociedade inglesa (e
ocidental) deste período histórico.
Peter Sellers tem um bom trabalho, num
tipo de humor discreto, comedido, eficaz, bem acompanhado por todo o elenco, e
a realização dos irmãos Boulting é também ela eficiente, discreta, explorando
com graça alguns paradoxos socias. Um tipo de obra que tipifica bem um período
onde a comédia de grande público não tendia a estupidificar as plateias, mas,
pelo contrário, as levava a pensar sobre a sociedade, de certa forma bem
alicerçada na realidade.
NA
TERRA COMO NO CÉU
Título
original: Heavens Above!
Realização: John Boulting,
Roy Boulting (Inglaterra, 1963); Argumento: John Boulting, John Boulting, Frank
Harvey, segundo ideia de Malcolm Muggeridge; Produção: John Boulting, Roy
Boulting; Música: Richard Rodney Bennett; Fotografia (p/b): Mutz Greenbaum; Montagem: Teddy Darvas; Direcção artística:
Albert Witherick; Guarda-roupa: David Ffolkes; Maquilhagem: Gerry Fletcher,
Stuart Freeborn, Barbara Ritchie; Direcção de Produção: Michael F. Johnson;
Assistentes de realização: Derek Cracknell, Henry Emery, Malcolm Johnson;
Departamento de arte: Peter Childs, Alan Evans, Roy Walker, Frank Willson; Som:
Chris Greenham, Red Law; Efeitos visuais: John Mackey, George Samuels, Wally
Veevers; Companhias de produção: Charter Film Productions, Romulus; Intérpretes: Peter Sellers (Padre John
Smallwood), Cecil Parker (Arcebispo
Aspinall), Isabel Jeans (Lady Despard), Ian Carmichael (o outro Smallwood),
Bernard Miles (Simpson), Brock Peters (Matthew Robinson), Eric Sykes (Harry
Smith), Irene Handl (Rene Smith), Miriam Karlin (Winnie Smith), Joan Miller
(Mrs. Smith-Gould), Miles Malleson (Rockeby), Eric Barker, William Hartnell, Roy
Kinnear, Joan Hickson, Kenneth Griffith, Mark Eden, John Comer, Basil Dignam,
Franklyn Engelman, Colin Gordon, Geoffrey Hibbert, Joan Heal, Ludovic Kennedy,
Marjie Lawrence, etc. Duração: 118
minutos; Distribuição em Portugal (DVD): Universal; Classificação etária: M/ 12
anos; Data de estreia em Portugal: 26 de Agosto de 1968.
PETER
SELLERS (1925-1980)
Nascido em Southsea, Hampshire,
Inglaterra, a 8 de Setembro de 1925, Peter Sellers (cujo nome de baptismo era
Richard Henry Sellers) foi actor, realizador, cantor, entertainer, escritor.
Morreu, de ataque de coração, a 24 de Julho de 1980, em Londres, Inglaterra.
Filho de um casal de actores, que actuavam numa companhia dirigida pela avó,
estudou no St. Aloysius College e estreou-se em 1945 em espectáculos teatrais,
como imitador. Serve na R. A. F., e no fim da II Guerra Mundial, consegue
salientar-se na rádio e na TV (“The Goon Show”,, BBC, 1949-1956, ao lado de
Spike Miligan, Michael Bentine e Harry Secombe), iniciando-se no cinema em
1951, ainda que anteriormente tivesse intervindo em algumas curtas-metragens e
documentários, o que prossegue posteriormente, nomeadamente em “Humor Abstrato”
(The Running, Jumping, Standing Still Film), uma de de Richard Lester (Inglaterra, 1959), uma das melhores curtas-metragens
de humor dessa década. A partir de 1955 confirma-se como um dos mais
inteligentes, criativos e finos intérpretes ingleses, num tipo de humor
iniciado por Alec Guinness, com quem trabalhou no primeiro grande sucesso da
sua carreira, “O Quinteto era de Cordas”. Prosseguiu uma actividade regular na
ITV e lançou alguns discos gravados como cançonetista. Foi prémio de
interpretação no Festival de San Sebastian de 1962 por “A Valsa do
Galanteador”. É na década de 60 que se impõe como uma actor notável e de grande
sucesso de crítica e de público, em filmes como “What's New, Pussycat” (1965),
ao lado de um promissor Woody Allen que se estreava, na série “A Pantera
Cor-de-Rosa” (cujo título inicial data de 1963), ou em obras de Stanley
Kubrick, como “Lolita” ou “Dr. Estranho Amor”. A sua única experiência como
realizador assumida integralmente é “Topaze”, mas teve uma outra tentativa,
“The Fiendish Plot of Dr. Fu Manchu”, cuja de foi iniciada por si, mas não
terminada por entretanto falecer. Mas a sua grande aposta nos derradeiros anos
de vida foi “Being There”. Peter Sellers leu o livro em 1972, achou que seria
um papel à sua medida, e lutou por ele durante sete anos. Em 1979, nomeado para
o Óscar de melhor actor, perderia a estatueta para Dustin Hoffman, em “Kramer
vs. Kramer”. Um falhanço que deixaria o actor profundamente angustiado. No ano
seguinte, morreria, vítima de um ataque cardíaco. Na revista Empire, numa
consulta aos leitores, Peter Sellers ficou em 84º lugar entre os 100 maiores
actores de todos os tempos. Casado com Anne Howe (entre 1950 e 1962, dois
filhos, Michael Sellers e Sarah Sellers), Britt Ekland (de 1964 a 1968, uma
filha, Victoria Sellers), Miranda Quarry (de 1970 a 1974) e Lynn Frederick
(entre 1977 e 1980).
Filmografia
Como
actor
1951: Penny Points to Paradise, de
Tony Young; 1952: Down Among the Z Men, de Maclean Rogers; 1954: Orders are
Orders, de David Paltenghi; 1955: John and Julie, de William Fairchild; The
Ladykillers (O Quinteto era de Cordas), de Alexander Mackendrick; Case of the
Mukkinese Battle Horn, de Joseph Sterling; 1957: The Smallest Show on Earth (Luzes sem Ribalta), de Basil Dearden; The Naked Truth
(A Verdade Nua), de Mario Zampi; 1958: Tom Thumb (O Pequeno Polegar), de George
Pal; Up The Creek, de Val Guest; Carlton-Browne oftThe F.O. (Diplomata em
Apuros), de Roy Boulting, John Boulting e Jeff Dell; 1959 The Mouse That Roared (O Rato que Ruge), de Jack Arnold; I'm All Right,
Jack (Simpático Idiota), de John Boulting;
The Running, Jumping, Standing Still Film (Humor Abstrato), de Richard Lester
(curta-metragem); 1960: The Battle of the Sexes (Uma Mulher Tranquila), de
Charles Crichton; Two
Way Stretch (Arma de Dois Gumes), de Robert Day; 1961: Never Let Go (Sem Olhar Para Trás), de John Guillermin; The
Millionairess (A Milionária), de Anthony Asquith; Mr Topaze (Topaze), de Peter
Sellers; The Road to Hong Kong
(A Caminho de Hong-Kong), de Norman Panamá; 1962: Only Two Can Play (A Segunda
Mulher), de Sidney Gilliat; Lolita (Lolita), de Stanley Kubrick; Waltz of the Toreadors
(A Valsa do Galanteador), de John Guillermin; 1963: The Dock Brief, de James
Hill; Heavens Above (Na Terra Como No Céu), de John Boulting, Roy Boulting; The Wrong Arm of the Law (O Braço Esquerdo da Lei), de
Cliff Owen; The Pink Panther (A Pantera Cor-de-Rosa), de Blake Edwards; Dr. Strangelove
(Dr. Estranho Amor), de Stanley Kubrick; The World of Henry Orient (O Mundo de Henry Orient), de George Roy Hill;
1964: A Shot in the Dark (Um Tiro às Escuras), de Blake Edwards; 1965: What's
New Pussycat (O Que Há de Novo, Gatinha?), de Clive Donner; The Wrong Box (A
Fabulosa Troca de Caixões), de Bryan Forbes; 1966: After The Fox ou Caccia
Alla Volpe (A Raposa Dourada), de Vittorio de Sica; 1967: Casino Royale (Casino
Royal), de John Huston, Ken Hughes, Val Guest, Robert Parrish, Joe McGrath,
Richard Talmadge; The Bobo (O Bobo), de Robert Parrish; Woman Times Seven (Sete
Vezes Mulher), de Vittorio de Sica; 1968: The Party (A Festa), de Blake
Edwards; I Love You Alice B. Toklas (A Borboleta Vermelha), de Hy Averback;
Candy (Candy), de Christian Marquand; 1969:
The Magic Christian (Um Beatle no Paraíso), de Joseph Mc Grath; 1970: Hoffman
(Hoffman), de Alvin Rakoff; There's A Girl
In My Soup (Está uma Rapariga na Minha Sopa), de Roy Boulting; 1971: Where Does It Hurt? (Onde é que Doi?), de Rod
Amateau; 1972:
Alice's Adventures in Wonderland (As Aventuras de Alice), de William Sterling;
1973: The Blockhouse (O Fortim), de Clive Rees; The Optimists of Nine Elms, de
Anthony Simmons; Soft Beds, Hard Battles
(Batalhas Duras em Camas Moles), de Roy Boulting; Ghost in the Noonday
Sun, de Peter Medak; 1974: The Great
Mcgonagall, de Joseph McGrath; The Return of the Pink Panther (A Volta da
Pantera Cor-de-Rosa), de Blake Edwards; 1976: Murder By Death, de Robert
Moore; The Pink Panther Strikes Again (A Pantera Cor-de-Rosa
Volta a Atacar), de Blake Edwards; 1978: Revenge of the Pink Panther (A
Vingança da Pantera Cor-de-Rosa), de Blake Edwards; 1979: The Prisoner of Zenda
(O Prisioneiro de Zenda), de Richard Quine; 1980: Being There (Bem-Vindo, Mr. Chance), de Hal Ashby; The Fiendish Plot of Dr. Fu Manchu, de Piers Haggard.
Como argumentista: 1951: Let's Go
Crazy; 1956: The Case of the Mukkinese Battle Horn (material adicional); 1959:
The Running Jumping & Standing Still Film; 1967: Casino Royale (não
creditado); 1969: The Magic Christian (material adicional); 1979: Balham,
Gateway to the South ;
Como realizador: 1959: The Running Jumping & Standing Still Film;
1961: Mr. Topaze; 1980: The Fiendish Plot of Dr. Fu Manchu (não
creditado);
Como cantor: 1966: Caccia Alla Volpe (A Raposa Dourada);
Como produtor: 1959: The Running Jumping & Standing Still Film;
1978: Revenge of the Pink Panther;
Como montador: 1959: The Running Jumping & Standing Still Film;
Participação pessoal:
1957: Eric Sykes Presents Peter
Sellers (série de TV); 1965: Music of
Lennon & McCartney (TV); 1966: El Rey en
Londres ou Crónica Espectacular y Rítmica de una Visita Real; 1967: With Love, Sophia (TV); 1968: The Goon Show
(TV); 1970: Simon Simon; 1972: The Last Goon Show of All (TV); 1975: Peter
Sellers og Hans Verden (TV); 1977: To See Such Fun;
Utilização de imagens de arquivo de
Peter Sellers: 1976: America at the Movies; 1985: Muppet Video:
Rowlf's Rhapsodies with the Muppets; 1996: Spike (TV); 2000: The Unforgettable
Hattie Jacques (TV); 2000: The 100 Greatest TV Ads (TV) (voz); The Unknown
Peter Sellers (TV); 2001: The Sketch Show Story; Wild About Harry: A Tribute to
Sir Harry Secombe (TV); 2002: Liza Minnelli: The E! True Hollywood Story (TV);
2003: Behind the Laughter; 2004: The 76th Annual Academy Awards;
Aparições especiais: 1967: ABC Stage
67 (episódio "David Frost's Night Out in London", de 2 de Fevereiro
de 1967); 1969: It Takes a Thief (episódio "Who'll Bid Two
Million Dollars?" de 2 de Outubro de 1969); 1969: London aktuell (episódio
de 9 de Novembro de 1969); 1969: Rowan & Martin's Laugh-In (episódio de 15
de Setembro de 1969); 1969: Rowan & Martin's Laugh-In (episódio de 17 de
Novembro de 1969); 1969: This Is Tom Jones (episódio de 7 de Fevereiro de
1969); 1970: Rowan & Martin's Laugh-In (episódio de 16 de Março de 1970);
1971: V.I.P.-Schaukel (episódio de 9 de Maio de 1971); 1972 – Sykes – episódio
"Stranger" (19 de Outubro de 1972); 1973: Dean Martin Show (episódio
de 5 Abril de 1973); 1997 –The Muppet Show (episódio de 6 de Dezembro de 1977);
1997: Heroes of Comedy: episódio "The
Goons".
JOHN
E ROY BOULTING
(1913 - 1985, 2001)
John Edward Boulting nasceu a 21 de
Novembro de 1913, em Bray, Berkshire, Inglaterra, e viria a falecer a 17 de
Junho de 1985, com 71 anos, em Sunningdale, Berkshire, Inglaterra. Roy Alfred
Clarence Boulting nasceu no mesmo dia, ou não fossem gémeos, e viria a falecer
a 5 de Novembro de 2001, com 87 anos, em Eynsham, Oxfordshire, Inglaterra.
Filhos de Rose Bennet e Arthur
Boulting, ficaram conhecidos pelos Irmãos Boulting. Em 1937 fundaram uma casa
produtora de filmes Charter Film Productions. Escreveram, produziram e
realizaram filmes em conjunto, ou em separado, mas quase sempre os dois em
funções separadas. Ficaram conhecidos por algumas interessantes comédias de
crítica social, entre as décadas de 50 e 60, como “Private's Progress” (1956),
“Lucky Jim” (1957), “I'm All Right Jack” (1959) ou “Heavens Above!” (Na Terra
Como no Céu, 1963). Trabalhram com um grupo de actores mais ou menos constante,
Ian Carmichael, Richard Attenborough, Terry-Thomas, Dennis Price, John Le
Mesurier, Irene Handl, ou Miles Malleson. Durante a Guerra Civil espanhola, Roy
alistou-se nas Brigadas Internacionais de apoio à República. Foi piloto da RAF
durante a II Guerra Mundial.
Roy foi casado com Angelina Warnock
(1936–1941), Jean Capon (1942–1951), Enid Munnik (1951–1968), Hayley Mills
(1971–1976), Sandra Spencer (1978–1984) e Anne Boulting (?–1985). O irmão mais
velho destes gémeos, Sydney Boulting, sob o nome de Peter Cotes, ficou
conhecido como actor e produtor teatral, sendo o primeiro encenador de “The
Mousetrap”.
Filmografia
Filmes
dirigidos conjuntamente: 1950: Seven Days to Noon; 1954: Seagulls Over
Sorrento; 1960: Suspect; 1963: Heavens Above! (Na Terra Como no Céu);
Filmes
dirigidos só por John Boulting: 1945: Journey Together (Jornada
Heróica); 1947: Brighton Rock; 1951: The Magic Box; 1956: Private's Progress;
1957: Lucky Jim; 1959: I'm All Right Jack (Simpático Idiota); 1965: Rotten to
the Core; 1979: The Number;
Filmes
dirigidos só por Roy Boulting: 1937: Consider Your Verdict
(curta-metragem); 1937: The Landlady (curta-metragem, documentário); 1939:
Inquest; 1939: Trunk Crime; 1940: Pastor Hall; 1941: Dawn Guard
(curta-metragem); 1942: Thunder Rock (O Farol das Ilusões); 1943: Vitória do
Deserto (documentário, não creditado); 1944: Tunisian Victory (documentário,
co-dirigido com Frank Capra); 1946: Burma Victory (documentário); 1947: Fame Is
the Spur; 1948: The Guinea Pig; 1951: High Treason (Alta Traição); 1953: Sailor
of the King (O Marinheiro do Rei); 1955: Josephine and Men (Josefina e os
Homens); 1956: Run for the Sun (Rumo ao Sol); 1956: Kraft Television Theatre
(TV); 1957: Brothers in Law; 1958: Happy is the Bride; 1959: Carlton-Browne of
the F.O.; 1960: French Mistress; 1966: The Family Way (Este Difícil Amor) ;
1968: Twisted Nerve (O Anormal); 1970: There's a Girl in My Soup (Caiu Uma
Rapariga na Minha Sopa); 1974: Soft Beds, Hard Battles (Duras Batalhas em Camas
Fofas); 1979: The Last Word; 1985: The Moving Finger (TV).
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