JOGADOR
PROFISSIONAL (1963)
Lindsay Anderson é outro dos grandes
nomes do cinema inglês que, ao lado de Tony Richardson e Karel Reisz, criaram
as bases teóricas do “Free Cinema”, através da criação da revista “Sequence”, e
depois as expuseram na prática, quer pelas sessões no BFI, quer sobretudo
através dos seus próprios filmes, inicialmente documentários, depois obras de
ficção, como este “This Sporting Life”, que parte de um romance de David
Storey, o que mais uma vez testemunha o cruzar de íntimas ligações
entre o “Free Cinema” e os “Angry Young Men”.
“Jogador Profissional” tem por tema o
rugby. Curiosamente, ou talvez não, tanto o escritor David Storey, como o actor
Richard Harris eram entusiastas deste desporto, que praticaram. David Storey
faz mesmo uma perninha no filme como um dos diversos jogadores anónimos que
surgem a enquadrar a personagem de Frank Machin, um jovem ambicioso que resolve
enveredar pelo rugby como forma de promoção social, ele que é oriundo de um
bairro pobre e vê no desporto uma maneira de ganhar bem, ter acesso a outros
ambientes, ser saudado por onde passa, dispor de um carro potente… Afinal nada
diferente do que se passa noutros desportos, e nada muito diverso do que hoje
em dia acontece. Talvez nessa altura fossem estas carreiras mais mal pagas, mas
no fundo, tudo é relativo. Esta é uma história de alienação (um termo muito em
voga por essa década de 60 do século XX), de alguém que se vende para subir na
vida. Há quem diga que Frank Machin é “um macaco num campo de futebol”, designação
que parece de certa forma acabar por ter algum efeito na consciencialização da
personagem.
Machin é mineiro, tem uma tarefa
árdua, vive num quarto alugado, apaixonado pela senhoria que é viúva e tem dois
filhos. O filme inicia-se por um jogo de rubgy, durante o qual uma entrada mais
violenta de um adversário ressabiado leva Machin ao solo, com seis dentes
partidos. No dentista, por entre os vapores da anestesia, vai recordando, numa
montagem em sucessivos flashbacks, momentos da sua vida passada, a mina, o
quarto alugado, as brincadeiras com os filhos de Mrs. Margaret Hammond, a ida ao
baile onde os heróis da equipa local são apaparicados pela multidão. Sente
crescer dentro de si a necessidade imperiosa de ser como eles, e apresenta-se
aos directores do clube, através de um velho “tio” que o persegue. Um jogo de
experiência mostra as suas potencialidades, a violência que há dentro de si e
que pode ser canalizada para o campo. Ele é o macho por excelência que todos
admiram e alguns cobiçam com secretas intenções. Os directores olham-no como
nítido objecto de desejo, a mulher de um deles, também. As fãs tentam seduzi-lo
nas festas, mas ele tem o pensamento centrado e bloqueado em Margaret Hammond.
Não é meigo a pedir, quando é chegada a altura de assinar contrato
profissional: um milhão de libras. O clube aceita, e percebe-se que neste preço
há muitas garantias a oferecer, como pagamento: rendimento no campo, mas algo
mais a cumprir noutros campos.
Tudo é esboçado com discrição e pudor, mas as
insinuações são fortes. A condução da narrativa é extremamente inteligente e
sóbria nesse aspecto, mas vigorosa e musculada. A montagem, sacudida, leva o
espectador a aguentar os socos e os encontrões da batalha campal, mas
igualmente dos confrontos sociais. Os actores são magníficos, Richard Harris
impõe-se como essa força da natureza que leva (quase) tudo à frente, mas que
não consegue todavia aliciar o motivo maior da sua luta pessoal. Rachel Roberts,
outra das actrizes reveladas pelo “Free Cinema”, é uma presença dilacerante
pelas escolhas que terá de enfrentar, e todos os outros são magníficos de
eficácia, desde Alan Badel (um inquietante Gerald Weaver), William Hartnell ('o
“tio” Johnson, uma sombra perdida no universo do rugby), ou Colin Blakely
(Maurice Braithwaite, um jogador e principal amigo de Machin). A fotografia, a
preto e branco, de Denys N. Coop, mistura a lama do campo com a viscosidade dos
ambientes urbanos desta pequena cidade no norte de Inglaterra, sendo
particularmente convincente neste claro escuro dramático que ajuda a definir
uma sociedade e os seus traumas. Excelente é ainda a partitura musical de Roberto Gerhard que contribui em muito para o
sucesso desta obra que acabaria por triunfar em Cannes, nos Baftas e nas
nomeações para os Globos e os Oscars. Com “This Sporting Life” o cinema inglês
impõe-se internacionalmente como um das mais importantes movimentos de cinema
novo internacional, ao lado da nouvelle vague francesa.
JOGADOR
PROFISSIONAL
Título
original: This Sporting Life
Realização: Lindsay
Anderson (Inglaterra, 1963); Argumento: David Storey, segundo romance de sua
autoria; Produção: Leslie Parkyn, Karel Reisz, Julian Wintle; Música: Roberto
Gerhard; Fotografia (p/b): Denys N.
Coop; Montagem: Peter Taylor; Direcção artística: Alan Withy;
Guarda-roupa: Sophie Devine; Maquilhagem: Ivy Emmerton, Bob Lawrance;
Casting: Miriam Brickman; Direcção de Produção:
Albert Fennell, Geoffrey Haine;
Assistentes de realização: Ted Sturgis, Ken Softley, Claude Watson; Departamento de arte: Peter Lamont, Ernie
Quick; Som: Chris Greenham, Gordon K. McCallum, John W. Mitchell; Efeitos
especiais: Charles Staffell; Companhias de produção: Independent Artists,
Julian Wintle/Leslie Parkyn Productions; Intérpretes:
Richard Harris (Frank Machin), Rachel Roberts (Mrs. Margaret Hammond), Alan
Badel (Gerald Weaver), William Hartnell ('Dad' Johnson), Colin Blakely (Maurice
Braithwaite), Vanda Godsell (Mrs. Anne Weaver), Anne Cunningham (Judith), Jack
Watson (Len Miller), Arthur Lowe (Charles Slomer), Harry Markham (Wade), George
Sewell (Jeff), Leonard Rossiter (Phillips), Katherine Parr (Mrs. Farrer), Bernadette Benson, Andrew Nolan, Peter
Duguid, Wallas Eaton, Anthony Woodruff, Michael Logan, Murray Evans, Tom Clegg,
Ken Traill, Frank Windsor, John Gill, Edward Fox (barman), Glenda Jackson
(cantora na festa), Graham Roberts, Anton Rodgers, David Storey (jogador de
rugby), etc. Duração: 134 minutos;
Distribuição em Portugal: inexistente; Cópia DVD: Network; Inglês sem legendas;
Classificação etária: M/ 12 anos.
LINDSAY
ANDERSON (1923-1994)
Lindsay Gordon Anderson nasceu a 17 de
Abril de 1923, em Bangalore, Karnataka, India Britânica, agora União Indiana, e
viria a falecer a 30 de Agosto de 1994, em Angoulême, Charente, França, de
ataque de coração. Filho de um major do Exército Britânico, foi educado em
Oxford e serviu como criptógrafo nos serviços de espionagem inglesa, durante o
último ano da II Guerra Mundial, em Nova Deli. Foi um importante crítico de
cinema e documentarista, sendo um dos chefes de fila no “Free Cinema”. Fundador
da revista “Sequence”, em 1947, que teve um importante papel a definir o futuro
do Free Cinema”, ao mesmo tempo que sublinhava as virtudes das vanguardas
norte-americana e francesa. Trabalhou ainda como encenador de teatro e foi
director artístico do Royal Court Theatre (1969-1975) e foi um dos membros
fundadores da English Stage Company no
Royal Court. A sua carreira teatral e cinematográfica está estreitamente ligada
à do seu amigo e dramaturgo, David Storey. Era amigo íntimo das actrizes Rachel
Roberts e Jill Bennett, que cometeram ambas suicídio. Ele homenageou-as no
documentário "Is That All There Is?". Com uma vasta filmografia, como
documentarista, tem uma curta carreira como realizador de ficção (sete títulos),
mas particularmente significativa, com obras como “Jogador Profissional”,
“Se…”. “Um Homem de Sorte”, “Britannia Hospital” ou “As Baleias de Agosto”.
Filmografia
Como
realizador
Ficção: 1963: This
Sporting Life (Jogador Profissional); 1967: The White Bus; 1968: If... (Se…);
1973: O Lucky Man ! (Um Homem de Sorte); 1975: In Celebration; 1979: Look Back
in Anger, co-realizado com David Hugh Jones; 1982: Britannia Hospital
(Britannia Hospital); 1987: The Whales of August (As Baleias de Agosto)
Documentários: 1948: Meet the
Pioneers (Curta-metragem); 1949: Idlers at Work (Curta-metragem); 1952: Trunk
Conveyor (Curta-metragem); Wakefield Express (Curta-metragem); Three
Installations (Curta-metragem); 1953: O Dreamland (Curta-metragem); 1954:
Thursday's Children, co-realizado com Guy Brenton (Curta-metragem); 1955: Foot
and Mouth (Curta-metragem); Energy First (Curta-metragem); £20 a Ton
(Curta-metragem); A Hundred Thousand Children (Curta-metragem); The Children
Upstairs (Curta-metragem); Henry (Curta-metragem); Green and Pleasant Land
(Curta-metragem); 1956: Every Day Except Christmas (Curta-metragem); 1959:
March to Aldermaston (Curta-metragem); 1967: The Singing Lesson
(Curta-metragem); 1985: Wish You Were There; 1986: Wham ! In China: Foreign
Skies ou Wish You Were There; 1993: Is That All There Is ?;
Televisão: 1956: The
Adventures of Robin Hood (5 episódios: The Haunted Mill, Isabella, The
Imposters, Secret Mission e Ambush); 1959: The Long and the Short and the Tall;
1968: NET Playhouse (1 episódio: Home); 1972: Play for Today (1 episódio);
1979: The Old Crowd; 1986: Free Cinema; 1989: Glory! Glory!;
Bibliografia: Lindsay
Anderson publicou ainda uma obra de critica cinematográfica, que é ainda hoje
de referencia obrigatória: “About John Ford”, ed. Plexus, Londres, 1981.
RICHARD
HARRIS (1930- 2002)
Richard St. John Harris nasceu em
Limerick, Irlanda, 1 de Outubro de 1930, e faleceu em Londres, Inglaterra, 25
de Outubro de 2002. Filho de Ivan Harris e Mildred Harty. Originário do sul da
Irlanda, de uma família rural, contraiu tuberculose na adolescência, o que
parece ter contribuído, segundo alguns, para seu estilo de representação
introspectivo. Ainda estudante, iniciou a sua carreira artística como encenador
teatral. Tinha uma paixão pela literatura e pelo rugby. No cinema estreia-se só
em 1958, numa pequena participação na comédia “Alive and Kicking”. Já na década
de 60, tornou-se notado em obras como “Os Canhões de Navarone” ou “Revolta na
Bounty” (ambos de 1961). Mas foi em 1963, ao vencer o prémio de Melhor Actor no
festival de Cannes, com o seu trabalho em “This Sporting Life”, que se tornou
mundialmente célebre e estrela de primeira grandeza. Foi nomeado pela primeira
vez para o Oscar. Em seguida, surge em “Deserto Vermelho” (64), “Os Heróis de
Telemark”, “Major Dundee”, “A Bíblia – O Começo do Mundo”, “Camelot”, “Um Homem
Chamado Cavalo”, “Os Homens Nascem Iguais”, “Um Homem na Solidão”, “Robin and
Marian”, “The Field - Esta Terra é Minha”, “Imperdoável”, e tantos outros
grandes trabalhos. Estreou-se na
realização com “Bloomfield” (A Queda de um Ídolo), em 1971. Já no século XXI a
estrela voltou a brilhar alto nos seus papeis de professor Dumbledore, nos
filmes de Harry Potter, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e “Harry Potter e a
Câmara dos Segredos”, para lá de trabalhos em “Gladiador” ou “O Conde de Monte
Cristo”. Casado com Elizabeth Rees (1957 - 1969) e posteriormente com Ann
Turkel (1974 - 1982). Pai do realizador Damian Harris, e dos actores Jared Harris
e Jamie Harris. Faleceu aos 72 anos, em consequência de um cancro linfático.
Filmografia
Como
actor:
1958: Alive and Kicking, de Cyril Frankel; Shake Hands with the Devil (De Mãos
Dadas com o Diabo), de Michael Anderson; ITV Play of the Week (TV) episódio The
Iron Harp; ITV Television Playhouse (TV)
episódio Rest in Violence; The DuPont Show of the Month (TV) episódio
The Hasty Heart 1959: The Wreck of the Mary Deare (), de Michael Anderson; The
Iron Harp (TV) episódios Alive and Kicking, Shake Hands with the Devil e The
Wreck of the Mary Deare; 1960: The Night Fighters, de Tay Garnett; The Long and
the Short and the Tall, de Leslie Norman; A Terrible Beauty, de Tay Garnett; Art Carney Special (TV) episódio
Victory; Armchair Theatre (TV) episódio Come in Razor Red; 1961: The Guns of
Navarone (Os Canhões de Navarone), de Jack Lee Thompson; 1962: Mutiny on the
Bounty (Revolta na Bounty), de Lewis Milestone; 1963: This Sporting Life
(jogador Profissional), de Lindsay Anderson; 1964: Il Deserto Rosso (O Deserto
Vermelho), de Michelangelo Antonioni; I Tre Volti (As Três Faces de Uma Mulher)
(episódio "Gli Amanti Celebri", de Mauro Bolognini); 1965: The Heroes
of Telemark (Os Heróis de Telemark), de Anthony Mann; 1965: Major Dundee (Major
Dundee), de Sam Peckinpah; 1966: Hawaii (Havaii), de George Roy Hill; 1966: The
Bible - In the Beginning (A Biblia – O Começo do Mundo), de John Huston; 1967:
Caprice (Um Perigo Chamado Capricho), de Frank Tashlin; 1967: Camelot
(Camelot), de Joshua Logan; 1969: A Man Called Horse (Um Homem Chamado Cavalo),
d'Elliot Silverstein; 1970: Cromwell (Cromwell), de Ken Hughes; 1970: The Molly
Maguires (Os Homens Nascem Iguais), de Martin Ritt; 1971: Man in the Wilderness
(Um Homem na Solidão), de Richard C. Sarafian; Bloomfield (A Queda de um
Ídolo), de Richard Harris; The Snow Goose, de Patrick Garland (TV); Festival
europäischer Schlager (TV); 1973: The Deadly Trackers, de Barry Shear; 1974:
Juggernaut (Código: Juggernaut), de Richard Lester; 99 and 44/100% Dead
(Arrefecido a 99%), de John Frankenheimer; 1976: The Return of a Man Called
Horse (A Vingança do Homem Chamado Cavalo), de Irvin Kershner; 1976: Robin and
Marian (A Flecha e a Rosa), de Richard Lester; 1976: Orca (Orca - A Fúria dos
Mares), de Michael Anderson; Echoes of a Summer, de Don Taylor; 1977: The Cassandra Crossing (Cassandra
Crossing), de George Pan Cosmatos; Golden Rendezvous, de Ashley Lazarus,
Freddie Francis; Gulliver's Travels, de
Peter R. Hunt; 1978: The Wild Geese (Os Gansos Selvagens), de Andrew V.
McLaglen; 1979: The Last Word (Os Saqueadores), de Roy Boulting; 1979: A Game
for Vultures (O Jogo dos Abutres), de James Fargo; 1981: Your Ticket Is No
Longer Valid (O Fim da Viagem), de George Kaczender; Tarzan, the Ape Man
(Tarzan, o Homem-Macaco), de John Derek; 1982: Triumphs of a Man Called Horse
(Triunfo do Homem Chamado Cavalo), de John Hough; Camelot, de Marty Callner
(TV); Highpoint, de Peter Carter; 1985: Martin's Day, de Alan Gibson; 1988:
Maigret, de Paul Lynch (TV); Trappola diabólica, de Bruno Mattei, Claudio
Fragasso; 1989: Mack the Knife, de Menahem Golan; 1990: The Field (The Field -
Esta Terra é Minha), de Jim Sheridan; King of the Wind, de Peter Duffell; 1992: Unforgiven (Imperdoável), de Clint
Eastwood; 1992: Patriot Games (Jogos de Poder - O Atentado), de Phillip Noyce;
1993: Wrestling Ernest Hemingway, de Randa Haines; 1985 Martin's Day, de Alan
Gibson; 1993: Silent Tongue, de Sam Shepard; 1994: La Bible: Abraham, de Joseph
Sargent; 1995: Cry the Beloved Country (Chora, Terra Amada!), de Darrell James
Roodt; The Great Kandinsky, de Terry Winsor (TV); 1996: Trojan Eddie, de Gillies MacKinnon;
Savage Hearts, de Mark Ezra; 1997: Smilla's Sense of Snow (Smilla e o Mistério
da Neve), de Bille August; This Is the Sea, de Mary McGuckian; The Hunchback (O
Corcunda de Notre Dame), de Peter Medak (TV);
1998: Sibirskiy tsiryulnik (O Barbeiro da Sibéria), de Nikita Mikhalkov;
Upright Affair, de Dante Marraccini; 1999: Grizzly Falls de Stewart Raffill; To
Walk with Lions, de Carl Schultz; 2000: Gladiator (Gladiador), de Ridley Scott;
2001: Harry Potter and the Philosopher's Stone (Harry Potter e a Pedra
Filosofal), de Chris Columbus; The Count of Monte Cristo (O Conde de Monte
Cristo), de Kevin Reynolds; Kaena, la prophétie, de Chris Delaporte (voz); The
Pearl, de Alfredo Zacarías; Bette (TV)
episodio True Story; 2002: My Kingdom,
de Don Boyd; 2002: Julius Caesar, de Uli Edel (TV); San Giovanni -
L'Apocalisse, de Raffaele Mertes (TV); Harry Potter and the Chamber of Secrets
(Harry Potter e a Câmara dos Segredos), de Chris Columbus;
Como
realizador:
1971: Bloomfield (A Queda de um Ídolo).
RACHEL
ROBERTS (1927–1980)
Rachel Roberts nasceu a 20 de Setembro
de 1927, em Llanelli, Carmarthenshire, Pais de Gales, Reino Unido, e viria a
falecer, com 53 anos de idade, a 26
de Novembro de 1980, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Causa da morte: suicídio,
com uma forte dose de barbitúricos. Excelente actriz, será para sempre
recordada como a amante de dois representantes machos do Free Cinema, em
“Saturday Night and Sunday Morning” e “This Sporting Life”, pelo trabalho no
qual haveria de ser nomeada para o Oscar de Melhor Actriz. Anos mais tarde, na
Austrália, voltaria a ser altamente elogiada pela sua criação de Mrs Appleyard
no filme de Peter Weir “Picnic at Hanging Rock”. Estudou na University of Wales
e na Royal Academy of Dramatic Art, começou a trabalhar no teatro na companhia
de Swansea em 1950. A sua estreia no cinema dá-se em “Valley of Song”, de 1953,
uma realização de Gilbert Gunn. Alternou o teatro e o cinema, e fez carreira no
musical, sobretudo na obra de Lionel Bart, “Maggie May” (1964). Mudou-se para
Los Angeles no inicio dos anos 70, aparecendo em papaeis secundários. Regressou
a Inglaterra para interpretar “Yanks” (1979), de John Schlesinger, e ganhou o BAFTA
para Melhor Actriz Secundária. Em 1979, Roberts contracenou com Jill Bennett
numa produção televisiva de Lindsay Anderson e Stephen Frears, “The Old Crowd”,
segundo obra de Alan Bennett. Foi
casada com Alan Dobie (1955–1961) e Rex Harrison (1962–1971), acabando ambos os
casamentos em divórcio e grandes depressões. Suicidou-se a 26 de Novembro de
1980, na sua casa de Los Angeles. Foi cremada na capela Pines Crematory em Los
Angeles. O diário que mantinha com regulatidade desde muito nova serviu de base
a “No Bells on Sunday: The Memoirs of Rachel Roberts” (1984). Em 1992, as
cinzas de Rachel Roberts e da sua amiga Jill Bennett, foram dispersas pelo rio
Tamisa, numa cerimónia levada a efeito pelo grande amigo de ambas, Lindsay
Anderson que rodou um documentário em sua homenagem, para a BBC, “That All
There Is?”.
Filmografia
Como
actriz:
1953: Valley of Song, de Gilbert Gunn; The Limping Man, de Cy Endfield; 1954:
The Weak and the Wicked, de J. Lee Thompson; The Crowded Day, de John
Guillermin; 1957: The Good Companions (Bons Camaradas), de J. Lee Thompson;
1958–1959: Our Mutual Friend; 1959: Our Man in Havana (O Nosso Agente em
Havana) de Carol Reed; 1960: BBC Sunday-Night Play (TV); On Trial (TV);
Saturday Night and Sunday Morning (Sábado à Noite, Domingo de Manhã), de Karel
Reisz; 1961: Girl on Approval, de Clive Donner; 1963: This Sporting Life
(Jogador Profissional), de Lindsay Anderson; The Eleventh Hour (TV); 1966: Out
of the Unknown (TV); ITV Play of the Week (TV); Blithe Spirit (TV); 1968: A
Flea in Her Ear (Com a Pedra no Sapato), de Jacques Charon; 1969: The Reckoning
(Balada para um Homem Só), de Jack Gold; Happy Ever After (TV); Destiny of a
Spy (TV); Night Gallery (TV); 1971: Doctors' Wives (Médicos e Mulheres), de
George Schaefer; Wild Rovers (Vagabundos Selvagens), de Blake Edwards; Marcus
Welby, M.D. (TV); 1973: Alpha Beta, de Anthony Page; Baffled (A Mansão do Poder
Oculto), de Philip Leacock; The Belstone Fox, de James Hill; O Lucky Man! (Um
Homem de Sorte), de Lindsay Anderson; 1974: Murder on the Orient Express (Um
Crime no Expresso do Oriente), de Sidney Lumet; Great Expectations (Grandes
Esperanças) (TV); Play for Today (TV) - Back of Beyond; Late Night Drama (TV) –
Graceless Go I; 1975: Picnic at Hanging Rock (Piquenique em Hanging Rock), de
Peter Weir; 1976-1978: The Tony Randall Show (TV); 1976–1978: The Tony Randall
Show; 1977: A Circle of Children (TV); 1978: Foul Play (Jogo Baixo), de Colin
Higgins; 1979: Yanks (Yanks), de John Schlesinger; When a Stranger Calls
(Chamada Misteriosa), de Fred Walton; The Old Crowd (TV); Family (TV) - Exits
and Entrances; 3 by Cheever (TV) - The Sorrows of Gin; 1979: Family (TV); Six
Plays by Alan Bennett: The Old Crowd Pauline
(TV); 1980: The Hostage Tower (A Torre dos Reféns) (TV); Sonya (TV); 1981:
Charlie Chan and the Curse of the Dragon Queen (Charlie Chan e a Maldição da
Rainha), de Clive Donner; 1982: The Wall (TV)
DAVID
STOREY (1933 - )
David Rhames Storey nasceu a 13 de
Julho de 1933, em Wakefield, Yorkshire, Inglaterra. Estudou na Queen Elizabeth
Grammar School, em Wakefield, e, posteriormente, na Slade School of Fine Art, em Londres. Foi
jogador profissional de rugby. Romancista, argumentista, dramaturgo, ganhou o
Booker Prize.
Obras: This Sporting
Life (Macmillan Fiction Award) (1960); Flight into Camden (1961) (John
Llewellyn Rhys Prize e Somerset Maugham Award); Radcliffe (1963); The
Restoration of Arnold Middleton (1967); In Celebration (1969); The Contractor
(1970); Home (1970); The Changing Room (1971); Pasmore (1972); The Farm (1973);
Cromwell (1973); A Temporary Life (1973); Edward (1973); Life Class (1975);
Saville (1976) (Booker Prize); Mother's Day (1977); Early Days (1980); Sisters
(1980); A Prodigal Child (1982); Present Times (1984); The March on Russia
(1989); Storey's Lives: 1951-1991 (1992); A Serious Man (1998); As it Happened
(2002).
Filmografia
Como
argumentista e escritor adaptado: 1963: This Sporting Life (Jogador
Profissional), de Lindsay Anderson; 1968: NET Playhouse (TV) – Home, de Lindsay
Anderson; 1971: Great Performances (TV)- Early Days ..., de Anthony Page; 1971: Mooi weer vandaag, de
Berend Boudewijn, Karl Guttman (TV) ;
1972: Play for Today (TV) (1970-1984):
Home, de Kirsten Sørlie; 1973: Proslava, de Branko Plesa (TV); 1974: Ter
ere van..., de Dré Poppe (TV); The Contractor, de Barry Davis (TV); 1975:
Farma, de Aleksandar Mandic (TV); In Celebration, de Lindsay Anderson; 1980:
Play for Today (TV) (1970-1984):
Pasmore, de Richard Eyre; 1981: Early Days, de Anthony Page (TV) ; 1989:
Theatre Night (TV) - The Contractor, de
Barry Davis.1971: Mooi weer vandaag (TV) (play)
Como
actor:
1963: This Sporting Life (Jogador Profissional), de Lindsay Anderson (um joador
de rugby).
Sem comentários:
Enviar um comentário