domingo, 24 de agosto de 2014

SESSÃO 41: 27 DE AGOSTO DE 2014


GANDHI (1982)

O cinema tem muitos caminhos por que se pode exprimir, muitas vias a explorar, muitos estilos e muitas finalidades a cumprir. Haverá certamente quem considere que o academismo de “Gandhi” nada traz de novo. Serão aqueles para quem a arte funciona sobretudo como  experimentalismo, vanguarda, pesquisa de novos horizontes. Mas, para muitos outros, para a grande maioria do público que acorre às salas de todo o mundo, “Gandhi” será seguramente um grande momento de cinema. Os primeiros dirão que esta é uma obra sem futuro, que daqui a algumas décadas pouca gente a ligará à evolução da história do cinema, esquecidos talvez que são as modas o que mais depressa passam e morrem na voragem do que é passageiro. Foi o Miguel Esteves Cardoso quem, a propósito desse fabuloso “Do Fundo do Coração”,  relembrou as palavras de T.S. Elliot, que ajudam neste contexto: “O que é actual é actual só num tempo e só num lugar”. É precisamente isso que permite que muitas obras perdurem no seu classicismo sem sobressaltos, apenas carregadas de uma sinceridade e de um toque de magia, que faz a surpresa da arte, enquanto muito monumento de vanguarda rapidamente se esquece quando essa vanguarda o deixa de ser, substituída por outras. Não é que as vanguardas e o experimentalismo não sejam essenciais para o progresso das formas artísticas,  sem elas não haveria evolução, mas devemos ter em conta que elas funcionam como marginais, e é assim mesmo que gostam de ser consideradas.
“Gandhi” não é um filme que arrisque na forma. Assume inteiramente a narrativa tradicional e, mais ainda, o estatuto de super-super-produção, só possível dado o apoio óbvio das autoridades indianas, interessadas nesta biografia épica daquele que está na origem da sua nacionalidade. Mas, se quase nada arrisca neste aspecto, joga-se inteiramente enquanto reconstrução laboriosa e exaustiva de uma época e de uma figura. Estamos mais no domínio do ensaio e da biografia do que no da ficção, o que se percebe logo desde início. Mas entra aqui a segurança e a solidez britânica, que em muitos outros casos não conseguem levantar voo, presas de um conformismo verdadeiramente académico e obsoleto, mas que em “Gandhi” servem com dignidade e probidade os propósitos dos seus responsáveis.


“Gandhi” é isso mesmo: um projecto quase exemplar ao nível dos processos e das intenções, o que é tanto mais de realçar quanto foram os ingleses parte integrante da acção relatada, muitas vezes com desenlace contrário aos seus interesses mais imediatos. Mas Richard Attenborough, o seu argumentista John Briley e o (então) quase desconhecido Ben Kingsley (que pela sua composição brilhante da figura de Gandhi ascende, de um momento para o outro, à condição de vedeta indiscutível) conseguem esse prodígio de sobriedade e objectividade invulgares, sobretudo numa obra que se quer popular e espectacular, que o consegue ser, inclusive, apesar dessa isenção e dessa quase total recusa do efeito gratuito e da tirada demagógica.
Mas “Gandhi” é ainda um filme importante sob outros pontos de vista, que se prendem directamente com a mensagem de tolerância e de pacifismo que aquele estadista tão sabiamente consubstanciou. Pode estar-se, ou não, de acordo com as palavras e os métodos de Gandhi, não se pode todavia atacar, a não ser de forma leviana e perigosa, a sua mensagem e o rigor e coerência do seu exemplo. É esse exemplo que Gandhi divulga perante todo o mundo, por milhões e milhões de espectadores, que diariamente se confrontam com um mundo entontecido pela violência e o horror, e que podem, de alguma forma, encontrar lenitivo e esperança nesta biografia emocionante, e emocionada, de um homem que ajudou a transformar a face do mundo.
Nomeado para 11 Óscares da Academia de Hollywood, disputando nesse ano os principais prémios a filmes como “E.T.”, “Gandhi” não pode deixar de ser visto como uma obra tecnicamente impecável, vivendo de grandes sequências de raro sentido do espectáculo, sabiamente mesclado com outras de um intimismo discreto. Um elenco notável, dirigido com mãos de mestre, faz o resto. E o resto é parte de um todo memorável dentro das circunstâncias atrás referenciadas. E mais uma vez se sublinha o trabalho de Ben Kingsley.  Parece que chegaram a estar previstos para este papel nomes como os de Alec Guinness, Albert Finney, Peter Finch, Tom Courtney, Dirk Bogarde ou Anthony Hopkins. A escolha de Kingsley revelou-se verdadeiramente impressionante.

GANDHI
Título original: Gandhi
Realização: Richard Attenborough (Inglaterra, União Indiana, 1982); Argumento: John Briley; Produção: Richard Attenborough, Rani Dubé, Suresh Jindal, Michael Stanley-Evans; Música: Ravi Shankar; Fotografia (cor): Ronnie Taylor, Billy Williams; Montagem: John Bloom; Casting: Susie Figgis; Design de produção: Stuart Craig; Direcção artística: Norman Dorme; Robert W. Laing, Ram Yedekar; Decoração:  Michael Seirton; Guarda-roupa: Bhanu Athaiya, John Mollo; Maquilhagem: Paula Gillespie, Tom Smith; Direcção de Produção: Rashid Abbasi, Terence A. Clegg, Alexander De Grunwald, Devi Dutt, Shama Habibullah, Gerry Levy, Grania O'Shannon; Assistentes de realização: Bhisham Bhasin, Roy Button, Steve Lanning, John Mathew Matthan, Govind Nihalani, Uday Shankar Pani, M.R. Shahjahan, Kamal Swaroop, David Tomblin, Julian Wall, Peter Waller; Departamento de arte: Amal Allana, Nissat Allana, Roger Cain, Dick Frift, Aruna Harprasard, Jill Quertier, Charles Torbett; Som: Jonathan Bates, Nigel Davis, Taffy Haines, Gerry Humphreys, Simon Kaye, Archie Ludski, Robin O'Donoghue; Efeitos especiais: David H. Watkins; Efeitos visuais: Martyn Hall, Gary Shaw; Companhias de produção: International Film Investors, National Film Development Corporation of India (NFDC), Goldcrest Films International,Indo-British (Indo-British Films Ltd.), Carolina Bank; Intérpretes: Ben Kingsley (Mahatma Gandhi), Candice Bergen (Margaret Bourke-White), Edward Fox (General Dyer), John Gielgud (Lord Irwin), Trevor Howard (Juiz Broomfield), John Mills (Vice-rei), Martin Sheen (Walker), Ian Charleson (Charlie Andrews), Athol Fugard (General Smuts), Günther Maria Halmer (Herman Kallenbach), Saeed Jaffrey (Sardar Patel), Geraldine James (Mirabehn), Alyque Padamsee (Mohammed Ali Jinnah), Amrish Puri (Khan), Roshan Seth (Pandit Nehru), Rohini Hattangadi (Kasturba Gandhi), Ian Bannen, Michael Bryant, John Clements, Richard Griffiths, Nigel Hawthorne, Bernard Hepton, Michael Hordern, Shreeram Lagoo, Om Puri, Virendra Razdan, Richard Vernon, Harsh Nayyar, Prabhakar Patankar, Vijay Kashyap, Nigam Prakash, Supriya Pathak, Neena Gupta,  Shane Rimmer, Peter Harlowe, Anang Desai, Winston Ntshona, Peter Cartwright, etc. Duração: 191 minutos; Distribuição em Portugal (DVD): Columbia Filmes; Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 24 de Março de 1983.

RICHARD ATTENBOROUGH 
(1923 - 2014)
Richard Samuel Attenborough nasceu a 29 de Agosto de 1923, em Cambridge, Inglaterra. Faleceu a 24 de Agosto de 2014, em Northwood, Londres, Inglaterra. Contava 90 anos. Estudou em Leicester e posteriormente na Royal Academy of Dramatic Art (RADA), de que se tornaria, anos mais tarde, presidente,  bem assim como da  Capital Radio. Irmão de David Attenborough. Em 1967, foi feito Comandante da Ordem do Império Britãnico, designado Cavaleiro em 1976, barão e Lord em 1993. Em 2003, é Chanceler da universidade de Sussex. Casado, desde 1945, com Sheila Sim, de quem tem três filhos, entre os quais Michael Attenborough, encenador.
Richard Attenborough é considerado um dos maiores  actores ingleses de sempre e um realizador muito conceituado. Em 1983, “Gandhi” recebeu onze nomeações para Oscars, ganhou nove, entre as quais a de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor (Ben Kingsley) e Melhor Argumento. Com o mesmo filme ganhou o Globo de Ouro de Melhor Realizador. Como actor, ganhou o Globo de Ouro para Melhor Actor Secundário em 1967 e 1968, respectivamente para “Yang-Tsé em Chamas”e “O Extravagante Dr. Dolittle”.

Filmografia:
Como realizador:  1969: Oh! What A Lovely War (Viva a Guerra!); 1972: Young Winston (O Jovem Leão); 1977: A Bridge Too Far (Uma Ponte Longe Demais); 1978: Magic; 1982: Gandhi (Gandhi);  1985: A Chorus Line (A Chorus Line); 1987: Cry Freedom (Grita Liberdade); 1992: Chaplin (Chaplin);  1993: Shadowlands (Dois Estranhos, Um Destino); 1996: In Love and War (Em Amor e em Guerra); 1999: Grey Owl (Grey Owl - A História de um Guerreiro);  2007: War and Destiny ou Closing the Ring (O Elo do Amor).
Como actor: 1942: In Which We Serve (Sangue, Suor e Lágrimas), de Noël Coward e David Lean; 1943: Schweik's New Adventures, de Karel Lamač; 1944: The Hundred Pound Window, de Brian Desmond Hurst; 1945: Journey Together (Jornada Heróica) de John Boulting; Think It Over (curta-metragem); 1946: A Matter of Life and Death (Caso de Vida ou Morte) de Michael Powell e Emeric Pressburger; 1946: School for Secrets, de Peter Ustinov; 1947: The Man Within (O Fantasma da Floresta), de Bernard Knowles; Dancing With Crime, de John Paddy Carstairs; 1947: Brighton Rock, de John Boulting; 1948: London Belongs to Me, de Sidney Gilliat; The Guinea Pig, de Roy Boulting; 1949: The Lost People, de Bernard Knowles; Boys in Brown, de Montgomery Tully; 1950: Morning Departure (Trágico Amanhecer), de Roy Ward Baker; BBC Sunday-Night Theatre (TV); 1951: Hell is Sold Out, de Michael Anderson; 1951: The Magic Box, de John Boulting; 1952: Gift Horse, de Compton Bennett; Father's Doing Fine, de Henry Cass; 1954: Eight O'Clock Walk, de Lance Comfort; 1955: The Ship that died of Shame (O Navio Que Morreu de Vergonha), de Basil Dearden; 1956: Private's Progress, de John Boulting:  The Baby and the Battleship (Diabruras Num Couraçado), de Jay Lewis; 1957: Brothers in Law, de Roy Boulting; The Scamp, de Wolf Rilla; 1958: Dunkirk, de Leslie Norman; The Man Upstairs, de Don Chaffey; Sea of Sand (Deserto em Chamas), de Guy Green; 1959: Danger Within (Perigo em Cada Segundo), de Don Chaffey; I'm All Right Jack (Simpático Idiota), de John Boulting; SOS Pacific (S.O.S. Pacífico), de Guy Green;  The League of Gentlemen (Cavalheiros da indústria), de Basil Dearden; Jet Storm, de Cy Endfield; Upgreen - And at 'Em, de ?; The Angry Silence) de Guy Green; 1961: Whistle down the Wind (Os olhos postos em ti), de Bryan Forbes (não creditado); 1962: Only Two Can Play, de Sidney Giliat; 1962: All Night Long (Ao Longo da Noite), de Basil Dearden; The Dock Brief, de James Hill; 1963: The Great Escape (A Grande Evasão), de John Sturges; 1964: The Third Secret (O 3º. Segredo), de Charles Crichton; 1964: Seance on a Wet Afternoon (À Beira do abismo), de Bryan Forbes; Guns at Batasi (Revolta em Batasi), de John Guillermin; 1965: The Flight of the Phoenix (O Voo da Fénix), de Robert Aldrich; 1966: The Sand Pebbles (Yang-Tsé em Chamas), de Robert Wise; 1967: Doctor Dolittle (O Extravagante Dr. Dolittle), de Richard Fleischer; 1968: Only When I Larf (Negócios em Três Continentes), de Basil Dearden; The Bliss of Mrs. Blossom (A Felicidade da Senhora Blossom), de Joseph McGrath; 1969: The Magic Christian (Um Beatle no Paraiso),de Joseph McGrath; David Copperfield (TV); 1970: The Last Grenade, de Gordon Flemyng; A Severed Head (Ligações Cruzadas).de Dick Clement; 1970: Loot, de Silvio Narizzano; 1971: 10 Rillington Place (O Violador de Rillington), de Richard Fleischer; 1974: Ten Little Indians ou Ein Unbekannter rechnet ab, de Peter Collinson; 1975: Rosebud (O Caso Rosebud), de Otto Preminger; 1975: Brannigan (Branningan), de Douglas Hickox; Conduct Unbecoming (A Honra do Regimento), de Michael Anderson; 1977: Shatranj Ke Khilari (O Jogador de Xadrez), de Satyajit Ray; A Bridge Too Far (Uma Ponte Longe Demais), de Richard Attenborough; 1979: The Human Factor (O Factor Humano), de Otto Preminger; 1993: Jurassic Park (Parque Jurássico), de Steven Spielberg; 1994: Miracle on 34th Street  (Milagre em Manhattan), de Les Mayfield; 1996: E=mc2, de Benjamin Fry, Hamlet (Hamlet), de Kenneth Branagh; 1997: The Lost World: Jurassic Park (O Mundo Perdido: Jurassic Park), de Steven Spielberg; 1998: Elizabeth (Elizabeth),de Shekhar Kapur; Tom and Vicky (TV) (voz);  2000: Masterpiece Theatre (TV) - The Railway Children; The Railway Children (TV); 2001: Jack and the Beanstalk: The Real Story (TV); 2002: Puckoon, de Terence Ryan; 2004: Tres en el Caminho, de Laurence Boulting (voz).

BEN KINGSLEY (1943 - )
Com o nome de baptismo de Krishna Bhanji, Ben Kingsley nasceu a 31 de Dezembro de 1943, em Scarborough, Yorkshire, Inglaterra. O pai, Rahimtulla Harji Bhanji, médico, era descendente de indianos, e a mãe, Anna Lyna Mary, modelo e actriz, era inglesa. Ben Kingsley estudou na Manchester Grammar School e começou muito cedo a sua carreira no teatro (Royal Shakespeare Company), logo em meados da década de 60, tornando-se um intérprete muito procurado pelo teatro e pela televisão por essa altura, já com o novo nome de Ben Kingsley. No cinema, “Gandhi” foi um dos seus primeiros trabalhos, e com ele conquistou o Oscar de Melhor Actor e uma carreira internacional carregada de êxitos, galardoado com os maiores prémios, e rapidamente considerado um dos mais talentosos actor ingleses, multiplicando sucessos em vários filmes e séries, como "Turtle Diary", "Maurice", "Pascali's Island", "Without a Clue", "Bugsy", "Sneakers", "Dave", "Searching for Bobby Fischer", "Schindler's List", "Death and the Maiden", "Murderers Among Us: The Simon Wiesenthal Story", "Sexy Beast", e "House of Sand and Fog". É cavaleiro da Ordem do Império Britânico desde 2002. Casado com Angela Morant (1966 - 1972), Alison Sutcliffe (1978 - 1992), Alexandra Christmann (2003 - 2005) e Daniela Lavender (2007 – até ao presente).

Filmografia

Como actor: 1966: Orlando (TV); Pardon the Expression (TV); 1966-1967 Coronation Street (TV); 1972: Fear Is the Key (O Medo é a Chave), de Michael Tuchner; 1973 Wessex Tales (TV); Play for Today (TV); A Misfortune (TV); Full House (TV); The Adventurer (TV); 1974: 2nd House (TV); Antony and Cleopatra (TV); 1975: The Love School (TV); 1976: Dickens of London (TV); 1976-1979 Crown Court (TV); 1977: The Velvet Glove (TV); 1978-1979: BBC2 Playhouse (TV); 1982: Gandhi (Gandhi), de Richard Attenborough; The Merry Wives of Windsor (TV); 1983: Betrayal (Anatomia de uma Traição), de David Hugh Jones; 1983: Kean (TV); 1984: Camille (TV); 1984: Oxbridge Blues (TV); 1985: Turtle Diary (Ele, Ela e a Tartaruga), de John Irvin; Harem (Harém), de Arthur Joffé; Silas Marner: The Weaver of Raveloe (TV); 1986: Stanley's Vision (TV); 1987: Maurice (Maurice), de James Ivory; Testimony (Testemunho), de Tony Palmer; 1988: Pascali's Island (O Império da Honra), de James Dearden; Without a Clue (As Desventuras de Sherlock Holmes), de Thom Eberhardt; Il Segreto del Sahara (TV); Il treno di Lenin (TV);  1989: Slipstream (A Fúria do Vento), de Steven M. Lisberger; Murderers Among Us (TV); 1990: The Children, de Tom Shankland; Romeo-Juliet, de Armondo Linus Acosta (voz); Una Vita Scellerata, de Giacomo Battiato; O Quinto Macaco (O Quinto Macaco), de Éric Rochat; 1991: L'Amore Necessario, de Fabio Carpi; Bugsy (Bugsy), de Barry Levinson; The War That Never Ends (TV); 1992: Freddie as F.R.O.7)(voz); Sneakers (Heróis Por Acaso) de Phil Alden Robinson; 1993: Dave (Dave: Presidente por Um Dia) de Ivan Reitman; Searching for Bobby Fischer (Jogada Inocente) de Steven Zaillian; Schindler's List (A Lista de Schindler) de Steven Spielberg; 1994: Death and the Maiden (A Noite da Vingança) de Roman Polanski; 1995: Species (Espécie Mortal) de Roger Donaldson; José (TV); Moses (TV); 1996: Twelfth Night: Or What You Will (Noite de Reis) de Trevor Nunn; 1997: The Assignment (Caça ao Terrorista) de Christian Duguay; Photographing Fairies (O Caçador de Sonhos), de Nick Willing; O Quarto Poder (TV); The Tale of Sweeney Todd (TV); Weapons of Mass Distraction (TV); 1998: Crime and Punishment (TV); 1999: A Force More Powerful (voz narrador); The Confession (A Confissão), de  David Hugh Jones; Parting Shots, de Michael Winner; Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas), de Nick Willing (TV); 2000: Spooky House, de William Sachs; What Planet Are You From? (De que Planeta és Tu?), de Mike Nichols; Rules of Engagement (Compromisso de Honra), de William Friedkin; Sexy Beast, de Jonathan Glazer; Anne Frank (TV); 2001: Artificial Intelligence: AI (A.I. Inteligência Artificial) de Steven Spielberg (voz); 2001: The Triumph of Love (O Triunfo do Amor), de Clare Peploe; 2002: Tuck Everlasting (A Fonte Misteriosa), de Jay Russell; 2003: House of Sand and Fog (Uma Casa na Bruma), de Vadim Perelman; Helena: First Pilgrim to the Holy Land (vídeo) (narrador); 2004: Thunderbirds, de Jonathan Frakes; Suspect Zero (O Suspeito Zero), de E. Elias Merhige; 2005: A Sound of Thunder (O Som do Trovão) de Peter Hyams; Oliver Twist (Oliver Twist), de Roman Polanski; BloodRayne, de Uwe Boll; Mrs. Harris (TV);  2006: Lucky Number Slevin (Há Dias de Azar), de Paul McGuigan; Jackanory (TV); 2007 The Ten Commandments, de Bill Boyce, John Stronach (voz Narrador); You Kill Me (Tu Matas-me), de John Dahl; The Last Legion (A Última Legião), de Doug Lefler; 2008: Fifty Dead Men Walking (Na Senda dos Condenados) de Kari Skogland; Wackness (Wackness - À Deriva), de Jonathan Levine; Elegy (Elegia) d'Isabel Coixet; Transsibérien (Transiberiano) de Brad Anderson; Love Gourou (O Guru do Amor), de Marco Schnabel; War, Inc. (Guerra, S.A.), de Joshua Seftel; 2009: Journey to Mecca (narrador); 2010: Shutter Island (Shutter Island), de Martin Scorsese; Prince of Persia: The Sands of Time (Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo), de Mike Newell; Teen Patti de Leena Yadav; 1001 Inventions and the Library of Secrets (curta-metragem); Aral. El mar perdido (curta-metragem) (voz); 2010-2013 The Late Late Show with Craig Ferguson (TV); 2011: Hugo (A Invenção de Hugo), de Martin Scorsese; 2012: The Dictator (O Ditador), de Larry Charles; Noah (voz, narrador); A Therapy (curta-metragem); 2013: Iron Man 3 (Homem de Ferro Três), de Shane Black; A Birder's Guide to Everything, de Rob Meyer; Monstres Academy (Os Monstros das Caixas), de Dan Scanlon; Ender's Game (Ender's Game - O Jogo Final) de Gavin Hood; A Common Man, de Chandran Rutnam; Der Medicus, de Philipp Stölzl; Walking with the Enemy, de Mark Schmidt; 2014: Learning to Drive, de Isabel Coixet; Our Robot Overlords, de Jon Wright; Eliza Graves, de Brad Anderson; Mary Mother of Christ, de Alister Grierson; Exodus (Exodus: Deuses e Reis), de Ridley Scott; 2015: To Reach the Clouds, de Robert Zemeckis; A Doll's House (pré-produção); Marvel One-Shot: All Hail the King (curta-metragem); Night at the Museum: Secret of the Tomb (À Noite no Museu: O Segredo do Faraó), de Shawn Levy; I Autobahn; Jaguar: Rendezvous (curta-metragem); War Story; 2015: The Jungle Book (pré-produção) (voz); I Mary (pré-produção); Selfless (pós-produção); Life (pós-produção). 

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