LAWRENCE DA ARÁBIA (1962)
1.A
superprodução existiu quase desde sempre no cinema. Basta recordar os filmes
históricos italianos ainda na época do mudo, como “Cabíria”, ou “Os Últimos
Dias de Pompeia”, ou os épicos de Griffith, “O Nascimento de Uma Nação” e
“Intolerância”, igualmente mudos. Sempre se pretendeu realizar o espectáculo
“único” que despertasse o interesse de um cada vez mais vasto público.
Mas nos
anos 50 e 60 do século passado, a explosão da superprodução teve ainda uma
outra causa bem visível. A expansão da televisão, disseminando-se por todos os
lares da América e do mundo, acarretou uma forte concorrência para as salas de
cinema. Os produtores responderam com filmes que não se podiam ver da mesma
forma no pequeno ecrã ou numa majestosa sala equipada com Cinemascope, Cinerama,
TODD-AO, VistaVision ou 70 milímetros. Surgiram assim dezenas e dezenas de
superproduções que marcaram esse período. Curiosamente a grande maioria foi
entregue a mestres do cinema que quase sempre provocaram problemas com os
produtores. Os primeiros a tentarem criar obras pessoais com meios
astronómicos, os segundos a procuram salvaguardar o capital empatado e a
rentabilizá-lo o melhor possível. Em quase todos os casos, as obras finais,
apesar dos protestos dos realizadores que se sentiam lesados na sua
integridade, foram de grande qualidade cinematográfica e de generosos
proveitos. “Spartacus”, “A Queda do Império Romano”, “El Cid”, “Os 55 Dias de
Pequim”, “A Ponte do Rio Kway”, “O Gigante”, “Cleópatra”, “Os Dez Mandamentos”,
“Ben Hur, “A Conquista do Oeste”, e alguns mais, mostram bem as qualidades de
cineastas como Stanley Kubrick, Anthony Mann, Nicholas Ray, Cecil B. De Mille,
David Lean, John Ford, William Wyller, George Stevens, Joseph L. Mankiewicz,
apesar de muitos deles se terem manifestado insatisfeitos com as montagens
definitivas, muitas delas surgidas depois em “director’s cut”, quando editadas
em DVD, ou mesmo em reposições em salas de cinema.
Entre
todas estas superproduções que deixaram boas recordações e que pouco tem a ver
com os blockbusters de agora, uma existe que se impõe sobre todas as outras:
“Lawrence da Arábia”.
2. O
inglês David Lean é um autor da minha particular estima, sendo que, ainda por
cima, o julgo injustamente avaliado e, nalguns casos, mesmo esquecido. Mas
David Lean é um verdadeiro autor, com temática própria e um estilo muito
definido, ainda que se possam considerar na sua filmografia, que engloba 19
títulos como realizador, dois períodos bem vincados. Um, mais intimista e
discreto, muito embora alguns dos seus títulos tenham por cenário a Inglaterra
vitoriana ou os palcos da guerra, e que vai desde o início da década da 40,
como “Sangue, Suor e Lágrimas” (1942), “Esta Nobre Raça” (1944), “Uma Mulher do
Outro Mundo” e “Breve Encontro” (ambos de 1945), passando pelas duas magnificas
adaptações de obras de Charles Dickens, “Grandes Esperanças” (1946) e “As
Aventuras de Oliver Twist” (1948), até chegar a “Mais Forte que o Amor” (1949),
“Culpada ou Inocente?” (1950), “A Barreira Sonora” (1952) ou “As Filhas do Sr.
Hobson” (1954). É um período puramente britânico, que encerra algumas obras
admiráveis de sensibilidade e pudor, de elegância e contensão emocional. Com
“Loucura em Veneza” (1955) David Lean deixa os cenários ingleses, passa a
Veneza, e trabalha com Katharine Hepburn e Rossano Brazzi, actores de outras
nacionalidades. Este é o filme que marca a transição para o seu período
internacional, o mais conhecido, que encerra cinco superproduções de uma
qualidade invulgar: “A Ponte do Rio Kwai” (1957) “Lawrence da Arábia” (1962)
“Doutor Jivago” (1965) “A Filha de Ryan” (1970) e “Passagem Para a Índia”
(1984), seu derradeiro título.
David
Lean, que nascera em Croydon, Surrey, em Inglaterra, a 25 de Março de 1908,
iria falecer em Londres, a 16 de Abril de 1991. Tinha 83 anos de idade e andava
a projectar a realização de "Nostromo", segundo romance de Joseph
Conrad.
David Lean
deixou impresso na história do cinema mundial um conjunto de obras admiráveis.
Para mim, “Breve Encontro” e “Lawrence da Arábia” são duas obras-primas
indiscutíveis. Mas algumas mais se aproximam.
3.Thomas
Edward Lawrence, inglês por nascimento, era oficial do exército, poeta, erudito
e excêntrico, exibicionista e muito mais, que se tornou árabe por opção.
Escreveu “O Sete Pilares da Sabedoria”, correspondia-se com Virginia Woolf,
Bernard Shaw, Thomas Hardy, E.M. Forster, Robert Graves, Noel Coward, entre
outros, e era amigo de Winston Churchil, em casa de quem aparecia, para jantar,
vestido de árabe, para grande gáudio dos filhos deste. Dizem.
O filme,
que tem argumento escrito por Robert Bolt, historiador, escritor e dramaturgo,
e Michael Wilson, um dos argumentistas norte-americanos colocados na lista
negra do macarthismo, parece não respeitar integralmente os acontecimentos
históricos que aborda, mas oferece seguramente uma abordagem muito interessante
de um período histórico conturbado. Estamos em plena I Guerra Mundial e, no
Próximo Oriente, entre o Cairo, a Arábia e a Turquia, o clima é duplamente
tórrido. Os árabes estão divididos entre si, com tribos rivais que se guerreiam
e são dominadas pelos turcos, que por sua vez são aliados dos alemães e
inimigos dos ingleses no conflito mundial.
O filme
inicia-se com o acidente de motorizada que, em 1935, vitima Lawrence, em
Inglaterra, passa pelo seu funeral com honras nacionais e, através do
testemunho contraditório de algumas personalidades que se cruzaram com ele,
desdobra-se num flash back para o seu período passado entre os árabes.
Encontramo-lo no Cairo, aborrecido com a sua vida sem agitação, ele que gosta
de se pôr continuamente à prova. Consegue ser enviado como observador até junto
do Príncipe Feisal, consegue congregar os esforços de tribos desavindas, e
lança-as ao ataque do porto de Aqaba, dominado pelos turcos.
Os
problemas decorrentes das lutas anti colonialistas são depois o cerne da obra,
com Lawrence com uma visão moderna, levando os árabes a pensarem numa
independência, enquanto os ingleses intimamente têm outros projectos para
aquele espaço estratégico.
O que
surpreende nesta obra, em primeiro lugar, é a aparente contradição entre a
estrutura de superprodução e a sua concretização, tanto a nível do argumento,
extremamente rico de implicações e nuances emocionais, sexuais, sociais,
políticas, militares, como no plano estilístico. Não é muito vulgar uma
superprodução internacional possibilitar uma tal maturidade de questões que,
muito embora incorra numa ou noutra imprecisão histórica ou nalgumas liberdades
ficcionais para dar algum dramatismo ao enredo, debate temas graves e de difícil
apreensão pelas plateias habituadas ao facilitismo. Na verdade não é só no
plano estritamente político que o filme aborda questões essenciais. Aflora de
maneira púdica e discreta o tema da violência sexual e da homossexualidade,
nada vulgar em inícios da década de 60.
Mas, para
lá desses aspectos que se prendem com a ficção, “Lawrence da Árabia” impõe-se
ainda pelo olhar do cineasta, pelo estilo de narrativa escolhido, pela forma
como a paisagem adquire um papel preponderante em todo o desenrolar da narrativa.
Claro que existem sequências movimentadas e momentos de alguma intensidade
bélica, mas no essencial “Lawrence da Arábia” é um filme contemplativo, onde
várias personagens se confrontam e defrontam, sendo que as principais serão
Lawrence e as areias do deserto. A câmara de David Lean, tal como Lawrence,
deixa-se fascinar pela imensidão desse deserto infinito, pela incandescência da
areia, pelas nuvens de poeira fustigadas pelo vento, e tudo isso faz desta obra
um poema que tem sobrevivido aos anos e às gerações. Não será por acaso que
entre todas as listas dos melhores filmes de sempre este ocupa um destacado
lugar, sendo mesmo o primeiro nas preferências das melhores superproduções de
sempre.
Este é
ainda o trampolim decisivo para a carreira de Peter O´Toole, com uma composição
brilhante, de uma discreta cintilação, que o tornará num dos maiores actores
ingleses de sempre. Igualmente a esplendorosa fotografia de Freddie Young e a
inspirada partitura de Maurice Jarre, compositor habitual das bandas sonoras de
David Lean, ajudam ao sucesso. Um filme belíssimo.
o verdadeiro Lawrence
LAWRENCE DA ARÁBIA
Título original: Lawrence of Arabia
Realização: David
Lean (Inglaterra, 1962); Argumento: Robert Bolt, Michael Wilson (inicialmente
não creditado, o que só aconteceu a partir de 1978, na cópia restaurada),
segundo escritos de T.E. Lawrence; Produção: Sam Spiegel, David Lean; Música: Maurice Jarre; Fotografia (cor):
Freddie Young; Montagem: Anne V. Coates; Casting: Maude Spector; Design de
produção: John Box; Direcção artística: John Stoll, Anthony Masters;
Decoração: Dario Simoni; Guarda-roupa: Phyllis Dalton; Maquilhagem: Charles E.
Parker, A.G. Scott; Direcção de
Produção: John Palmer, R.L.M. Davidson, Tadeo Villalba; Assistentes de
realização: Noël Howard, André Smagghe, Roy Stevens, Bryan Coates, André De
Toth (segunda unidade), Benchekroun Larbi, Michael Stevenson, David Tringham;
Departamento de arte: Peter Dukelow, Eddie Fowlie; Som: John Cox, Paddy Cunningham, Winston
Ryder; Efeitos especiais: Cliff Richardson, Wally Veevers; Agradecimentos
especiais (restauro de cópia 1989): Jon Davison, David Lean, Martin Scorsese,
Steven Spielberg; Companhias de produção: Horizon Pictures; Intérpretes: Peter O'Toole (T.E.
Lawrence), Alec Guinness (Príncipe Feisal), Anthony Quinn (Auda Abu Tayi), Jack
Hawkins (General Allenby), Omar Sharif (Sherif Ali), José Ferrer (Turkish Bey),
Anthony Quayle (Coronel Brighton), Claude Rains (Mr. Dryden), Arthur Kennedy
(Jackson Bentley), Donald Wolfit (General Murray), I.S. Johar (Gasim), Gamil
Ratib (Majid), Michel Ray (Farraj), John Dimech, Zia Mohyeddin, Howard
Marion-Crawford, Jack Gwillim, Hugh Miller, Robert Rietty, John Barry, Bruce
Beeby, Fred Bennett, John Bennett, Steve Birtles, Robert Bolt (oficial de
cachimbo), Peter Burton, J.R.M. Chapman, Tim Clutterbuck, Barbara Cole, John
Crewdson, Basil Dignam, Peter Dukelow, Mohamed El Habachi, Kenneth Fortescue,
Harry Fowler, Jack Hedley, Rafael Hernández, Bert Holliday, Noel Howlett, Cher
Kaoiu, Patrick Kavanagh, David Lean (motociclista no Canal de Suez), Ian
MacNaughton, Clive Morton, Daniel Moynihan, Henry Oscar, George Plimpton, Bryan
Pringle, Kamal Rashid, John Robinson, Norman Rossington, John Ruddock, Fernando
Sancho, Stuart Saunders, Cyril Shaps, Roy Stevens, Barry Warren, etc. Duração: 216 ou: 228 minutos
(Director’s cut); Distribuição em Portugal: Columbia TriStar Home Video;
Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 28 de Novembro
de 1963.
PETER
O'TOOLE
(1932-2014)
Peter Seamus O’Toole nasceu em Connemara, Irlanda, a 2 de
Agosto de 1932, e viria a falecer em Londres, a 14 de Dezembro de 2013. Filho
de Jane Constance, enfermeira escocesa, e Patrick Joseph O'Toole, irlandês. Foi
criado numa escola católica, o que deixou marcas na sua personalidade. Disse:
“Costumava ter medo das freiras. A negação da feminilidade, os vestidos pretos
e o cabelo rapado, tudo isso era horrível, terrível.” Ao sair da escola
trabalhou como jornalista e fotógrafo, tendo conseguido depois, em 1952, uma
bolsa de estudos na Royal Academy of Dramatic Art (RADA), onde foi colega de
Albert Finney, Alan Bates ou Brian Bedford. Estreou-se no teatro, antes de
aparecer na televisão em 1954. No cinema surge em 1959, num pequeno papel. É
com o desempenho de T. E. Lawrence no filme de David Lean “Lawrence da Arábia”
de 1962, que ganha projecção mundial. Recebeu a primeira das oito nomeações
para o Oscar de Melhor Actor, que só ganhou em 2003, pela globalidade do seu
trabalho (um Oscar honorário). Foi realizador de cinema em “The Stunt Man”
(1980) e, em 1982, foi novamente nomeado na comédia “My Favorite Year”. Com
“Man of La Mancha”(1972), adaptação do musical da Broadway de 1965, obteve um
estrondoso sucesso. Ganhou um Emmy pela
sua contribuição na mini-série de 1999 “Joan of Arc”. Voltou a ser nomeado para
Oscar de Melhor Actor em 2006, em “Venus”.
Em 1959, casou-se com a actriz Siân Phillips, de quem
teve duas filhas, Kate (1960) e Patricia (1963). Peter e Siân divorciaram-se em
1979, com revelações de crueldade mental, em grande parte alimentada por
alcoolismo, do actor. Mais tarde, envolveu-se com a modelo Karen Brown, de que
nasceu um filho, Lorcan (1983). Em 1976 foi operado ao pâncreas e ao estômago
em virtude dos seus excessos. Peter O'Toole faleceu aos 81 anos, em Londres,
num domingo, 15 de Dezembro de 2013.
Filmografia
Como
actor: 1956:
A Tale of Two Pigtails; The Scarlet Pimpernel (TV Series); 1958: The
Castiglioni Brothers (TV); 1959: The Long and the Short and the Tall (TV);
1959-1961: Rendezvous (TV) - London-New
York, Once a Horseplayer, End of a Good Man; 1960: Kidnapped (Raptados), de
Robert Stevenson; The Savage Innocents (Sombras Brancas), de Nicholas Ray; The
Day They Robbed the Bank of England (O Roubo do Banco de Inglaterra), de John
Guillermin; 1962: Lawrence of Arabia (Lawrence da Arábia), de David Lean; 1964:
Becket (Becket), de Peter Glenville; 1965: Lord Jim (Lord Jim), de Richard
Brooks; What's New, Pussycat ? (Que há de Novo, Gatinha?), de Clive
Donner; The Sandpiper (Adeus Ilusões), de Vincente Minnelli (voz); 1966: How To
Steal A Million ? (Como Roubar Um Milhão), de William Wyler; 1966: The Bible:
In the Beginning... (A Biblia), de John Huston; 1967: Casino Royale (Casino
Royale), de John Huston; The Night of the Generals (A Noite dos Generais), de
Anatole Litvak; ITV Play of the Week (TV); 1968: Great Catherine (Catarina,
Imperatriz da Rússia), de Gordon Flemyng; The Lion in Winter (O Leão no
Inverno), de Anthony Harvey; 1969: Goodbye, Mr. Chips (Adeus, Mr. Chips), de
Herbert Ross; 1970: Country Dance, de J. Lee Thompson; 1971: Murphy's War
(Duelo à Beira do Rio), de Peter Yates; Brotherly Love ou The Same Skin (Jogo
na Escuridão), de Peter Yates; 1972: The Ruling Class (A Classe Dominante), de
Peter Medak; 1972: Man of La Mancha (O Homem da Mancha), de Arthur Hiller;
Under Milk Wood, de Andrew Sinclair; 1975: Fox Trot (Fox Trot), de Arturo
Ripstein; Rosebud (O Caso Rosebud), de Otto Preminger; Man Friday (O Meu Criado
Sexta-Feira) de Jack Gold; 1976: Rogue Male (TV); 1978: Power Play (Golpe de
Estado), de Martyn Burke; 1979: Zulu Dawn (Alvorada Zulu), de Douglas Hickox;
Caligula (Calígula), de Tinto Brass; 1980: The Stunt Man (O Fugitivo), de
Richard Rush; 1980: Strumpet City (TV); 1981: Masada, de Boris Sagal; 1982: My
Favorite Year (Meu Ano Favorito), de Richard Benjamin; Svengali (TV); Man and
Superman (TV); 1983: Sherlock Holmes and the Valley of Fear, Sherlock Holmes
and a Study in Scarlet, Sherlock Holmes and the Sign of Four, Sherlock Holmes
and the Baskerville Curse (todos TV); The Ray Bradbury Theater (TV); Pygmalion
(TV); 1984: Supergirl (Supergirl), de Jeannot Szwarc; Kim (TV); 1985: Creator
(Louca por Si, Professor), de Ivan Passer; 1986: Club Paradise (Clube Paraíso),
de Harold Ramis; 1987: The Last Emperor (O Último Imperador), de Bernardo
Bertolucci; 1988: High Spirits (Malucos e Libertinos), de Neil Jordan; 1989:
The Dark Angel (TV); 1989: In una Notte di Chiaro di Luna (Morte Silenciosa),
de Lina Wertmüller; 1990: Wings of Fame, de Otakar Votocek; The Rainbow Thief
de Alejandro Jodorowsky; The Nutcracker (O Príncipe Quebra-Nozes), de Paul
Schibli (voz); Crossing to Freedom (TV); 1991: Isabelle Eberhardt, de Ian
Pringle; King Ralph (King Ralph - O Primeiro Rei Americano), de David S. Ward;
1992: The Seventh Coin (A Sétima Moeda), de Dror Soref; Civvies (TV); Rebecca's
Daughters, de Karl Francis; 1994: Heaven & Hell: North & South, Book
III (TV); 1995: Heavy Weather (TV); 1996: Les Voyages de Gulliver (As Viagens
de Gulliver), de Charles Sturridge (TV); 1997: FairyTale: A True Story, de
Charles Sturridge; 1998: Phantoms (Fantasmas), de Joe Chappelle; Coming Home,
de Giles Foster (TV); 1999: Joana d'Arc - A Donzela da Lorena (TV), de
Christian Duguay; Jeffrey Bernard Is Unwell (TV); 1999: The Manor, de Ken
Berris; Molokai: The Story of Father Damien, de Paul Cox; 2002: Global Heresy,
de Sidney J. Furie; The Final Curtain, de Patrick Harkins (TV); The Education
of Max Bickford (TV); 2003: Hitler: the Rise of Evil, de Christian Duguay (TV);
Bright Young Things (Sexo, Escândalos e Celebridade), de Stephen Fry; Imperium:
Augustus (TV); 2004: Troy (Tróia), de Wolfgang Petersen; 2005: Lassie de
Charles Sturridge; 2005: Casanova, de Russell T. Davies (TV); 2006: One Night
with the King (Uma Noite com o Rei), de Michael O. Sajbel; 2007: Venus (Venus),
de Roger Michell; Ratatouille (Ratatui), de Brad Bird (voz); Stardust (Stardust
- O Mistério da Estrela Cadente), de Matthew Vaughn; 2008: Dean Spanley, de Toa
Fraser; 2008: Thomas Kinkade's The Christmas Cottage, de Michael Campus; 2008: The Tudors (TV);
2009: Iron Road (TV); 2010: Eager to Die, de Michael Mandell; 2011: For Greater
Glory: The True Story of Cristiada, de Dean Wright; 2011: Eldorado (narrador);
2012: Cristeros, de Dean Wright; 2013: Katherine of Alexandria, de Michael
Redwood; 2014: The Whole World at Our Feet, de
Salamat Mukhammed-Ali.
Como realizador: 1999:
Jeffrey Bernard Is Unwell (TV).
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