quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

SESSÃO 2: 11 de Fevereiro de 2014


PIGMALIÃO (1938)

Diz-nos a História que o mito de Pigmalião data da antiguidade clássica, havendo referências ao mesmo na Grécia e em Roma. A versão que mais se aproxima da que hoje consta dos dicionários deverá ser a que se prende com um tal Pigmalião, rei de Chipre e escultor, que esculpiu a estátua de uma mulher ideal, pela qual se apaixonou. O Pigmalião de Chipre achava as mulheres da ilha demasiado libertinas e delas se afastara prometendo viver em celibato até ter descoberto a obra-prima impoluta por si edificada. E como na mitologia havia muito contacto entre os homens e os deuses, Afrodite resolveu transformar a pedra em carne e osso, dando ao escultor uma mulher, com quem casou e de quem teve uma filha, Pafos.
Esse mito deu origem a muitas obras de arte, ao longo dos séculos, na pintura, escultura, poesia, literatura e no teatro, quando, no início do século XX, George Bernard Shaw, escreve “Pygmalon”, uma peça que actualiza um pouco o mito e que se estreia precisamente em Londres em 1912. O escultor passa a especialista em fonética, que descobre num mercado de Londres uma florista popular que jura transformar numa dama da alta sociedade em poucos meses de intensas lições de etiqueta e prática contínua de esmerada articulação fonética.
Na peça, vamos encontrar o professor Henry Higgins que, ajudado pelo seu amigo Coronel Pickering, resolve agarrar em Eliza Doolitle, uma florista jovem, mas bronca e com uma horrorosa pronúncia cockney, com que se cruzara em Covent Garden, e vai burilando o material humano até chegar à estátua pretendida. Também Higgins não tem em muito bom apreço as mulheres em geral e Eliza em particular. A andrajosa florista é trabalhada em casa de Higgins, para onde se transfere com autorização do pai desta, que pouco se importa com esses pormenores, desde que possa ir emborcando o seu álcool diário, e, depois de lavada, perfumada, penteada, escovada, vestida a preceito, começa o seu tirocínio para senhora de alta sociedade, capaz de frequentar recepções de reis e princesas, sem destoar no quadro.
Socialista e apologista da igualdade entre os sexos, George Bernard Shaw construiu uma peça que tem uma multiplicidade de leituras e que se impôs rapidamente como uma obra-prima da dramaturgia do século XX. Obviamente que o tema central é o homem-deus que se arroga o direito de transformar a seu belo prazer uma outra pessoa. As interpretações podem ser várias, desde o elogio da educação como forma de elevar o ser humano, até uma premonição das lavagens ao cérebro dos tempos modernos. Mas há pelo meio curiosas considerações sociais, na forma como o dramaturgo tipifica certos comportamentos em função da sua classe social. Por exemplo, quando levam Eliza para casa de Higgins, alguém pergunta a Alfred Doolittle, o pai da jovem florista, se este “não tem moral”, ao que ele responde: “Não tenho dinheiro para isso”, e mais ainda: “Estou sempre contra a moral burguesa”. O que procura subtilmente relacionar a moral vigente com o padrão social. O mesmo se poderá observar numa outra cena da obra, quando Eliza, já consciente do perigoso jogo em que entrara, declara: “Antes vendia flores em Covent Garden. Agora vendo-me a mim”.


Portanto, não se trata somente de uma crítica à modelação dos seres humanos por outros, o que sugere que a própria educação pode estar (e está quase sempre) ao serviço da classe dominante, mas também de uma contundente observação social.
A peça tem tido milhares de representações ao longo dos tempos, e muitas adaptações ao cinema e ao teatro, a mais conhecida das quais será certamente o musical de George Cukor, “Minha Querida Senhora” (My Fair Lady), com Rex Harrison, Audrey Hepburn e Stanley Holloway nos principais papéis, surgido em 1964. O espectáculo, que originariamente obtivera grande sucesso nos palcos da Broadway, a partir de 1956, com Julie Andrews no papel de Eliza Doolitle, tinha inspirada música de Frederick Loewe e letras das canções de Alan Jay Lerner.
Mas, três décadas antes, o inglês Anthony Asquith rodara uma outra adaptação que contara ainda com a colaboração do próprio dramaturgo na escrita do argumento.
Era sabido que George Bernard Shaw não apreciava muito as adaptações de obras suas ao cinema, que ele próprio não controlasse, procurando manter-se o mais próximo possível do seu texto original. No caso desta película de 1938, ele mesmo se encarregou de verificar a justeza da nova versão, aceitando alguns cortes e uma ou outra sugestão do realizador. Por outro lado, Bernard Shaw admirava a actriz Wendy Hiller e ficou satisfeito com a sua escolha para o papel de Eliza, e Leslie Howard, que iria interpretar a figura de Higgins e co-realizar o filme, impôs-se facilmente. O resultado não poderia ter sido melhor e surge ainda hoje como uma obra-prima de eficácia e sobriedade, mantendo-se escrupulosamente fiel aos intentos do escritor e criando um magnífico clima vitoriano, onde à elegância dos salões se opunha o desbragamento popular de Covent Garden e arredores. O que se reúne na figura de Wendy Hiller que consegue passar brilhantemente de uma a outra situação com igual convicção. Já Leslie Howard mantém o seu esmerado tom de gentlemen, por vezes arrogante e caprichoso, mas sempre de uma refinada elegância. Uma óptima versão cinematográfica de uma obra teatral que consegue reverter para imagens o essencial da peça, servida por uma criteriosa fotografia a preto e branco com a assinatura de Harry Stradling Sr., que viria a ser igualmente o director de fotografia de “My Fair Lady”.



PIGMALEÃO
Título original: Pygmalion
Realização: Anthony Asquith e Leslie Howard (Inglaterra, 1938); Argumento: W.P. Lipscomb, Cecil Lewis, Ian Dalrymple, Anatole de Grunwald, Kay Walsh, George Bernard Shaw, segundo peça teatral deste último; Produção: Gabriel Pascal; Música: Arthur Honegger; Fotografia (p/b): Harry Stradling Sr.; Montagem: David Lean; Direcção artística: John Bryan; Guarda-roupa: Ladislaw Czettel, Schiaparelli, Worth; Direcção de produção: Phil C. Samuel; Assistente de realização: Teddy Baird; Departamento de arte: Laurence Irving, Baden Siddall; Som: Sash Fisher; Companhia de produção: Gabriel Pascal Productions; Intérpretes: Leslie Howard (Professor Henry Higgins), Wendy Hiller (Eliza Doolittle), Wilfrid Lawson (Alfred Doolittle), Marie Lohr (Mrs. Higgins), Scott Sunderland (Coronel George Pickering), Jean Cadell (Mrs. Pearce), David Tre (Freddy Eynsford-Hill), Everley Gregg (Mrs. Eynsford-Hill), Leueen MacGrath (Clara Eynsford Hill), Esme Percy (Conde Aristid Karpathy), Violet Vanbrugh, Iris Hoey, Viola Tree, Irene Browne, Kate Cutler, Cathleen Nesbitt, O.B. Clarence, Wally Patch, H.F. Maltby, George Mozart, Ivor Barnard, Cecil Trouncer, Stephen Murray, Eileen Beldon, Frank Atkinson, Leo Genn, Moyna MacGill, Patrick Macnee , Anthony Quayle, etc. Duração: 96 minutos; Distribuição em Portugal: Cine Digital; Classificação etária: M/ 6 anos; Data de estreia em Portugal: 15 de Janeiro de 1940.

ANTHONY ASQUITH 
(1902-1968)
Nasceu a 9 de Novembro de 1902, em Londres, Inglaterra, e viria a falecer a 20 de Fevereiro de 1968, em Marylebone, Londres, Inglaterra, vítima de cancro. Filho de H.H. Asquith, dirigente do Partido Liberal, que chegou a ser Primeiro-Ministro de Inglaterra, entre 1908-1916, e da sua segunda esposa, Anthony começou o seu trabalho no cinema ainda no tempo do mudo, projectando uma carreira nacional e internacional particularmente reputada. Ele ombreou com David Lean e Carol Reed como os mais prestigiados realizadores do cinema inglês, entre as décadas de 30 e 60. Grande admirador de música e de teatro, fez várias adaptações de peças, onde sobressaia a sua direcção de actores e um notável sentido da imagem. Foi um dos promotores da London Film Society, que se destinava a incentivar os valores artísticos dos filmes ingleses. Desde os anos 20 que mantinha uma assídua proximidade com os estúdios norte-americanos, tornando-se no final da carreira um director de grandes produções internacionais, como “A Milionária” (1960), “O Rolls-Royce Amarelo” (1964), ou “The V.I.P.s” (1963). Mas o seu melhor período começa com “Pigmaleão” (1938), e continua com várias adaptações de obras do dramaturgo Terence Rattigan, como “Causa Célebre” (1948), “A Sombra de um Homem” (1951) ou “Cautela com as Mulheres” (1940). Grande sucesso teve também a sua versão de Oscar Wilde “A Importância de se Chamar Ernesto” (1952). Curiosidade: foi o pai de Anthony Asquith, então secretário de Estado, quem mandou prender Oscar Wilde por homossexualidade. Anos mais tarde, o seu filho Anthony seguia as pisadas do célebre dramaturgo.
Morreu em 1968, vítima de cancro, quando se preparava para iniciar a rodagem de “As Sandálias do Pescador” (1968), que acabaria por ser assinado por Michael Anderson. O prémio da Melhor Música, da British Academy Award, chama-se Anthony Asquith Award, em sua honra.

Filmografia:
Como realizador:
1928: Shooting Stars (Nos Bastidores do Cinema); Underground (Um Grito no Metropolitano); 1929: A Cottage on Dartmoor; The Runaway Princess; 1931: Tell England; 1932: Marry Me; The Lucky Number, Dance, pretty lady!; 1933: The Lucky Number; 1934: Unfinished Symphony; 1935: Moscow Nights; 1936: The Story of Papworth, the Village of Hope (curta-metragem); 1938: Pygmalion (Pigmalião); 1939: French Without Tears (Cautela com as Mulheres); 1940: Channel Incident (curta-metragem); 1941: Rush Hour (curta-metragem); Cottage to Let; Quiet Wedding (Pedido de Casamento); Freedom Radio (Grito de Liberdade); 1942: Uncensored; 1943: A Welcome to Britain (documentário); We Dive at Dawn (Mergulhamos ao Amanhecer), The Demi-Paradise; 1944: Two Fathers (curta-metragem), Fanny by Gaslight (Unidos Além da Morte; 1945: The Way to the Stars (O Caminho das Estrelas); 1947: While the Sun Shines; 1948: The Winslow Boy (Causa Célebre); 1950: The Woman in Question (A Mulher das Cinco Caras); 1951: The Browning Version (A Sombra de um Homem); 1952: The Importance of Being Earnest (A Importância de se Chamar Ernesto); 1953: The Net (M-7 Não Responde); 1954: The Final Test, The Young Lovers (Jovens Amantes); 1955: Carrington V.C.; 1956: On Such a Night (curta-metragem); 1958: Orders to Kill; 1958: The Doctor's Dilemma); 1959: Libel (A Grande Difamação); 1960: Zero (curta-metragem), The Millionairess (A Milionária); 1961: Two Living, One Dead; 1962: Guns of Darkness; 1963: The V.I.P.s ou International Hotel (Hotel Internacional), An Evening with the Royal Ballet (documentário); 1964: The Yellow Rolls-Royce (O Rolls-Royce Amarelo).
Como actor aparece em “A Cottage on Dartmoor” (1929)  

LESLIE HOWARD 
(1893-1943)
Leslie Howard Stainer nasceu a 3 de Abril de 1893, em Forest Hill, Londres, Inglaterra, e viria a falecer, a 1 de Junho de 1943, quando um avião onde seguia, de Lisboa para Londres, foi abatido pelos nazis. Os pais, Ferdinand "Frank" Steiner e Lilian Bloomberg, eram húngaros, e mudaram-se para Londres em 1862. Estudou no Dulwich College, trabalhou num banco e, durante a I Guerra Mundial, alistou-se no exército, mas, em 1917, foi dado como inválido (foi-lhe diagnosticado um tipo de stress então denominado “shell-shocked”), e foi-lhe aconselhado como terapia representar. Em pouco tempo tornou-se uma verdadeira vedeta dos palcos e dos ecrãs ingleses, e posteriormente internacionais. O seu primeiro filme datava já de 1914, “The Heroine of Mons”, mas a sua estreia no sonoro dá-se em 1930, com “Outward Bound” (1930). Um dos papéis que maior renome lhe trouxe foi o de Sir Percy Blakeney em “A Revolução Francesa” (1934). Ficou igualmente conhecido por ter insistido com os produtores para darem no cinema o papel de Duke Mantee a Humphrey Bogart, no filme “A Floresta Petrificada” (1936). Ambos tinham interpretado essa obra no teatro, e o trabalho de Bogart catapultou-o para glória. Reconhecido, Bogart deu o nome do seu amigo a uma filha, Howard. Em 1938 foi o professor Higgins, em Pigamilão, que co-dirigiu com Antonhy Asquith e, no ano seguinte, a celebridade continuou a bater-lhe à porta, com o desempenho do intelectual sulista, Ashley Wilkes, em “E Tudo o Vento Levou”.
Durante a II Guerra Mundial dedicou grande parte do seu tempo e energia em apoio da Inglaterra na sua luta contra os nazis, e foi por eles abatido, no golfo da Biscaia, num voo da KLM que saiu de Lisboa, com destino a Inglaterra, quando os espiões alemães julgaram que Churchill ia a bordo desse avião.
Casado com Ruth Evelyn Martin (1916 - 1943), de quem teve dois filhos. Manteve durante anos uma relação com Violette Cunnington (1938 – 1942). 

Filmografia:
Como actor
Filmes mudos: 1914: The Heroine of Mons, de Wilfred Noy; 1917: The Happy Warrior, de Floyd Martin Thornton; 1918: The Lackey and the Lady, de Thomas Bentley; 1919: Bookworms, de Adrian Brunel; 1919: The Blump, de Adrian Brunel; 1920: Five Pounds Reward, de Adrian Brunel; 1920: The Temporary Lady, de Adrian Brunel; 1920: Twice Two, de Adrian Brunel; 1921: Too Many Cooks, de Adrian Brunel.
Filmes sonoros: 1930: Outward Bound, de Robert Milton; 1931: Daughter of Luxury ou Five and Tem, de Robert Z. Leonard; A Free Soul (Uma Alma Livre), de Clarence Brown; Never the Twain shall Meet, de W.S. Van Dyke; 1931: Devotion, de Robert Milton; 1932: Services of Ladies ou Reserved for Ladies, de Alexander Korda; Smilin’throug (Um Amor que não Morreu), de Sidney Franklin; The Animal Kingdom ou The Woman in the House, de Edward H. Griffith; The Lady is Willing, de Gilbert Miller; 1933: Secrets (Segredos) de Frank Borzage; Captured ! (Capturado), de Roy Del Ruth; Berkeley Square, de Frank Lloyd; 1934: British Agent ou Brutal Agent, de Michael Curtiz; Of Human Bondage (Escravos do Desejo), de John Cromwell; British Agent, de Michael Curtiz; The Lady Is Willing, de George Miller; 1935: The Scarlet Pimpernel (A Revolução Francesa), de Harold Young; 1936: Romeo and Juliet (Romeu e Julieta), de George Cukor; The Petrified Forest (A Floresta Petrificada), de Archie Mayo; 1937: It’s Love I’m After (A Comédia do Amor), de Archie Mayo; Stand-In (Fábrica das Ilusões), de Tay Garnett; 1938: Pygmalion (Pigmalião), de Anthony Asquith e Leslie Howard; 1939: Escape to Hapiness ou Intermezzo: A love Story (Intermezzo), de Gregory Ratoff; Gone with the Wind (E Tudo o Vento Levou), de Victor Fleming; 1940: From the four corners de Anthony Havelock-Allan; Common Heritage, narrador (curta-metragem); 1941: 49th Parallel ou The Invaders (Os Invasores), de Michael Powell; White Eagle, de Eugeniusz Cekalski narrador (curta-metragem); Pimpernel Smith ou The fighting Pimpernel (O Professor Smith), de Leslie Howard; 1942: The First of the Few (Spitfire, o 1º Entre Poucos), de Leslie Howard; The Lamp Still Burns (Luz Eterna), de Maurice Elvey; In Which We Serve (Sangue, Suor e Lágrimas), de Noel Coward, David Lean (voz); 1943: The Gentle Sex (Mulheres, Irmãs e Noivas) de Leslie Howard; War in the Mediterranean, narrador (curta-metragem).

GEORGE BERNARD SHAW 
(1856-1950)
Irlandês, George Bernard Shaw nasceu a 26 de Julho de 1856, em Synge Street, Dublin, e viria a falecer a 2 de Novembro de 1950, em Ayot St. Lawrence, Hertfordshire, Inglaterra, em virtude das consequências de uma queda. Foi, e continua a ser por muitos, considerado o maior dramaturgo de língua inglesa da primeira metade do século XX.
Filho de George Carr Shaw, e Elizabeth Lucinda Shaw, uma cantora profissional, teve uma educação protestante, estudou pouco, empregou-se num escritório, muito novo, mas interessou-se pelas artes, impulsionado pela mãe. Em 1876, mudou-se para Londres com a intenção de se tornar escritor. Mas os seus artigos e romances foram sistematicamente recusados pelos editores até que, em 1885, conseguiu finalmente um trabalho fixo na imprensa onde escreveu críticas de arte, literárias e musicais. Então a sua produção teatral ganhou um outro alento, somando sucessos. Vegetariano, socialista democrático, lutando pela igualdade entre homens e mulheres, por melhores condições de vida para as classes trabalhadoras, reformista e não revolucionário, abordou de forma frontal e polémica temas políticos, sociais e económicos, sempre com grande convicção e empenho. Foi membro da “Fabian Society”, onde se pugnava por um socialismo democrático.
Como crítico de teatro da “Saturday Review” (1895) não perdoou a pobreza da produção teatral da época vitoriana. Durante a I Guerra Mundial, pôs de lado a sua produção teatral e publicou um panfleto anti belicista, “Common Sense About the War”, no qual considerava ambos os lados da guerra culpados da mesma e apelava à paz. Recusou o prémio pecuniário do Nobel de Literatura que lhe foi atribuído de 1925 e enviou-o para obras de caridade. Foi até hoje a única personalidade que recebeu um Nobel e um Oscar, este pela escrita do argumento de “Pigmalião” (1938). Durante cinco anos deixou de escrever para o teatro e dedicou-se à edição das suas obras escolhidas (1930-1938), e a um tratado político “The Intelligent Woman's Guide to Socialism and Capitalism” (1928). Usou muitas vezes as iniciais GBS ou o pseudónimo "Corno di Bassetto" para assinar colunas de opinião. Casado com Charlotte Payne-Townshend (1898 - 1943).
Sabe-se que o casal Shaw era muito amigo de Harpo Marx e conta-se como surgiu essa amizade. Estando GBS e a mulher em férias numa estância de verão inglesa, foi-lhes dito que Harpo Marx se encontrava na praia completamente nu. Ambos se dirigiram imediatamente para o local onde surpreenderam o banhista tal como havia sido descrito. Do encontro nasceu uma amizade eterna. Finalmente, uma outra nota de humor: quando a casa de GBS se transformou em Casa Museu, o Oscar foi encontrado a impedir que a porta se fechasse.

Bibliografia: como romancista: Immaturity, Cashel Byron's Profession, An Unsocial Socialist, The Irrational Knot, Love Among the Artists;
Como contista: The Black Girl in Search of God (1932), The Miraculous Revenge;
Como dramaturgo: Plays Unpleasant (1898), agrupando Widowers' Houses (1892), The Philanderer (1898) e Mrs Warren's Profession (1893); Plays Pleasant (1898), renindo Arms and the Man (1894), Candida (1894), The Man of Destiny (1895) e You Never Can Tell (1897); Three Plays for Puritans (1901), uma antologia de The Devil's Disciple (1897), Caesar and Cleopatra (1898) e Captain Brassbound's Conversion (1899); The Admirable Bashville (1901), Man and Superman (1902–03), John Bull's Other Island (1904), How He Lied to Her Husband (1904), Major Barbara (1905), The Doctor's Dilemma (1906), Getting Married (1908), The Glimpse of Reality (1909), The Fascinating Foundling (1909), Press Cuttings (1909), Misalliance (1910), Annajanska, the Bolshevik Empress (1917), The Dark Lady of the Sonnets (1910), Fanny's First Play (1911), Overruled (1912), Androcles and the Lion (1912), Pygmalion (1912–13), The Great Catherine (1913), The Inca of Perusalem (1915), O'Flaherty VC (1915), Augustus Does His Bit (1916), Heartbreak House (1919), Back to Methuselah (1921), In the Beginning, The Gospel of the Brothers Barnabas, The Thing Happens, Tragedy of an Elderly Gentleman, As Far as Thought Can Reach, Saint Joan (1923), The Apple Cart (1929), Too True To Be Good (1931), On the Rocks (1933), The Six of Calais (1934), The Simpleton of the Unexpected Isles (1934), The Shewing Up of Blanco Posnet (1909), The Millionairess (1936), Geneva (1938), In Good King Charles's Golden Days (1939), Buoyant Billions (1947), e Shakes versus Shav (1949). A estes títulos devem juntar-se ainda centenas de artigos e ensaios sobre os mais diversos temas.

Filmografia:
Como escritor:

Até esta data (2013) conhecem-se mais de centena e meio de filmes retirados de obras de George Bernard Shaw. Impossível enumerá-las todas. Desde os anos 30 do século passado tem sido a televisão a abastecer consideravelmente este registo. Mas há muitas e muito boas adaptações cinematográficas, a começar desde logo por “Pigmalião” (Pygmalion), de  Anthony Asquith e Leslie Howard  Pigmaleão (1938). A que se seguiram: “Major Barbara”, de Gabriel Pascal (e ainda Harold French e David Lean, não creditados) (1941), com Wendy Hiller, Rex Harrison e Robert Morley; “César e Cleópatra” (Caesar and Cleopatra), de Gabriel Pascal (1945), Claude Rains, Vivien Leigh e Stewart Granger; “Androcles and the Lion”, de Chester Erskine, Nicholas Ray (1952), com Jean Simmons e Victor Mature; “Santa Joana” (Saint Joan), de Otto Preminger (1957), com Richard Widmark, Richard Todd e Anton Walbrook (uma adaptação iniciada por GBS e finalizada por Graham Green); "The Doctor's Dilemma", de Anthony Asquith (1958), com Leslie Caron e Dirk Bogarde; “O Aprendiz do Diabo” (The Devil's Disciple), de  Guy Hamilton e Alexander Mackendrick (1959), Burt Lancaster, Kirk Douglas e Laurence Olivier; “A Milionária” (The Millionairess), de Anthony Asquith (1960), com Sophia Loren, Peter Sellers e Alastair Sim; “Minha Linda Lady” (My Fair Lady), de George Cukor (1964), com Audrey Hepburn, Rex Harrison e Stanley Holloway; “Catarina, Imperatriz da Rússia” (Great Catherine), de Gordon Flemyng (1968), com Peter O'Toole, Zero Mostel e Jeanne Moreau; “Skorbnoye beschuvstviye”(segundo "Heartbreak House"), de Aleksandr Sokurov (1987), com Ramaz Chkhikvadze, Alla Osipenko e Irina Sokolova; ou “Caesar and Cleopatra”, de Des McAnuff (2009), com Christopher Plummer, Nikki M. James e Diane D'Aquila.

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